Verstappen vence no Bahrein com quebra de Leclerc e pódio de Alonso

O primeiro pódio do bicampeão com a Aston Martin e o seu primeiro desde 2021 foi viabilizado pela quebra do motor de Charles Leclerc, que largou em terceiro e chegou a ocupar a vice-liderança da prova antes de ser superado por Pérez. A equipe britânica ainda pôs Lance Stroll em sexto, à frente de George Russell da Mercedes. Lewis Hamilton acabou superado por Alonso e foi quinto.

Max precisou de dez voltas para já abrir 5s de vantagem sobre Leclerc, diferença que sustentou mesmo após as trocas de pneus e ampliou progressivamente. As Mercedes protagonizaram grandes disputas com a Aston Martin, mas não conseguiram conter a estratégia do time britânico e especialmente a concorrência de Alonso, que chegou a perder duas posições na largada.

Verstappen saltou na dianteira enquanto o trio atrás dele se embolou; Leclerc conseguiu a segunda colocação, deixando Pérez para trás e na cola de Sainz. Já Fernando Alonso não correspondeu às expectativas no começo da prova e perdeu duas posições, caindo de quinto para sétimo – e o bicampeão ainda teve um contato na curva 4 com Lance Stroll, seu colega da Aston Martin.

Bom para as Mercedes, que ascenderam à quinta e sexta colocações com Lewis Hamilton passando na frente de George Russell. Boa largada também de Valtteri Bottas, que foi de 12º a oitavo.

Grande surpresa da pré-temporada e dos treinos do fim de semana, a Aston Martin não começou o domingo tão bem, apesar do jogo ter virado alongo das 57 voltas. Além de perder posições no grid com Fernando Alonso, o bicampeão ainda foi tocado por Lance Stroll, seu colega de equipe.

Leclerc definitivamente não teve vida fácil neste domnigo. Ele fez uma boa ultrapassagem sobre Pérez para assumir a vice-liderança no começo da corrida, mas com pneus duros contra macios do mexicano já perto da metade da corrida e mais a asa traseira do rival , não pôde evitar ser vítima do piloto da RBR e sofreu a ultrapassagem, caindo para 3º.

O monegasco tornaria à segunda colocação provisoriamente na 35ª volta, mas Pérez conseguiu retomar sua posição sem problemas. O abandono veio na volta 41, quando o motor italiano apagou. A direção de prova chegou a acionar o safety car virtual, mas liberou a disputa no giro seguinte.

As trocas de pneus foram inauguradas na volta dez com Pierre Gasly. Os líderes fizeram seus pit stops no 14º giro, com Verstappen cedendo a ponta provisoriamente para Pérez. O mexicano visitaria os boxes três voltas depois.

A RBR foi por um caminho oposto e manteve os pneus macios de seus pilotos no segundo stint, enquanto o resto do grid mudou os compostos de faixa vermelha pelos duros. Max retomou a posição original e já tinha, perto da metade da prova, 13s sobre o vice-líder Leclerc, que terminaria ultrapassado por Pérez na volta 26.

Desenhando um cenário que pode se estender pelo resto do campeonato, a equipe alemã protagonizou alguns embates diretos com a Aston Martin – sua cliente de motores, por sinal. Destaque para a ultrapassagem de Alonso sobre Russell pela quinta colocação, na volta 13.

Na volta 31, a octacampeã de construtores convocou Hamilton para os boxes uma segunda vez, tentando antecipar um possível undercut da Aston Martin. Porém, a equipe britânica fez uma jogada melhor, chamando Stroll para permitir ao canadense superar Russell no giro 33, pelo oitavo lugar.

Antigos rivais nos tempos de McLaren em 2006, Alonso e Hamilton tornariam a se encontrar na volta 36, quando o espanhol voltou de seu segundo pit stop bem na cola do heptacampeão. Na volta seguinte, o bicampeão deu o bote no rival na curva 4; Lewis reouve seu quinto lugar mas não resistiu à nova tentativa do adversário na 39ª volta.

Com o abandono de Leclerc, os veterananos iniciaram a caça à terceira colocação de Carlos Sainz. Depois de cozinhar o compatriota por algumas voltas, o veterano da Aston Martin deu o bote no jovem da Ferrari e ascendeu ao pódio, na volta 46. A dupla chegou a ter um toque, perto de se tornar uma colisão maior. Capengando com o contato e os pneus desgastados, Hamilton também passou Sainz.

A McLaren, novamente, começou o ano sem pontuar. Primeiro, teve um problema na caixa de câmbio e no volante do calouro Oscar Piastri, que deixou a prova na volta 15.

Lando Norris permaneceu na prova mas, tendo largado em 11º, se distanciou da zona de pontuação, sofreu com um pit stop de 11s e chegou a parar seis vezes, incluindo na volta 28, para ajustar a pressão do carro e na 56ª, devido a um problema na unidade de potência. O britânico foi o único a colocar pneus médios durante a corrida, mas não obteve efetividade com a tentativa.

Se as equipes tivessem que pagar uma multa por cada punição, a Alpine sairia com prejuízo do GP do Bahrein. Esteban Ocon foi punido três vezes na corrida: primeiro, recebeu 5s por largar incorretamente alinhado no colchete do grid inicial.

Depois, foi chamado atenção por não cumprir acertadamente sua punição nos boxes. Por fim, o francês recebeu mais 5s por acelerar dentro do pit lane, mas acabou abandonando a prova na volta 43.

Coadjuvantes nas sessões livres e na classificação em Sakhir, as equipes do pelotão intermediário não apareceram tanto, com exceção da Alfa Romeo, Alpine e Williams. Valtteri Bottas, representando a ítalo-suíça, manteve-se firme na zona de pontuação e ficou em oitavo após largar em 12º, apesar de ser ultrapassado por Russell e Stroll.

Pierre Gasly, que começou a prova em último lugar, garantiu os pontos da Alpine em sua estreia pelo time ao chegar em nono. O francês quase levou o ponto extra da volta mais rápida, mas Guanyu Zhou (Alfa Romeo) tomou a marca dele.

Alexander Albon conquistou os primeiros pontos do time britânico do ano, ganhando cinco posições ao longo da corrida e chegando em 10º. Nico Hulkenberg, de volta à F1 após quase quatro anos, não fez valer sua décima colocação no grid inicial e ficou fora dos pontos, em 16º.