O presidente norte-americano, Donald Trump, que havia prometido resolver a guerra entre a Moscou e Kiev em apenas 24 horas, propõe a realização de eleições na Ucrânia. A ideia é lançada em um momento de tensões em alta entre os dois países, após um ataque visando uma escola em uma cidade tomada pelas forças ucranianas do lado russo da fronteira. Ambos os lados se acusam da autoria da ofensiva que deixou mortos e dezenas de feridos.
O cenário americano prevê primeiro um cessar-fogo, seguido de uma eleição presidencial e eleições parlamentares na Ucrânia e, só então, negociações de paz. A realização do pleito foi defendida pelo enviado especial de Donald Trump à Ucrânia e à Rússia, Keith Kellogg.
No entanto, a organização de eleições seria complexa em um país onde quase 20% do território é ocupado pelo exército russo, onde dezenas de milhares de pessoas servem no exército e outros milhões estão refugiados no exterior. Os observadores também apontam para o risco de divisões na sociedade ucraniana e para uma possível interferência de Moscou no pleito.
O exército ucraniano acredita que a Rússia sabia que a escola estava sendo usada como refúgio para pessoas vulneráveis que estavam em processo de evacuação para áreas mais seguras. “Eles destruíram o prédio mesmo com dezenas de civis dentro”, denunciou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em uma mensagem postada na rede social X.
Desde agosto passado, as tropas ucranianas estão ocupando parte da região fronteiriça de Kursk, onde está localizada Soudja. Moscou está tentando desalojá-las, mas para Kiev, manter esse território russo é de importância estratégica: ele permite que a linha de frente seja deslocada para fora da Ucrânia, enquanto a região também pode ser usada como moeda de troca pela parte do território ucraniano atualmente ocupada ilegalmente pela Rússia no caso de negociações de paz.
Via: Metrópoles
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