Trump cita Bolsonaro em ordem executiva que definiu tarifaço ao Brasil

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado nominalmente na ordem executiva assinada por Donald Trump nesta quarta-feira (30/7), que oficializa a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O documento, publicado pela Casa Branca, justifica a medida que começa a valer no dia 1º de agosto, como uma resposta a violações de direitos humanos e ameaças “incomuns e extraordinárias” à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos, atribuídas ao atual governo brasileiro.

“A Ordem considera que a perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo Governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”, diz a ordem assinada por Trump.

Tal medida foi tomada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977, e declara uma nova emergência nacional em relação ao Brasil.

A Casa Branca argumenta que autoridades brasileiras vêm pressionando empresas americanas de tecnologia a remover conteúdos, entregar dados e adotar políticas de moderação sob ameaça de sanções severas, como multas, congelamento de ativos ou expulsão do mercado.

A ordem cita diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de impor centenas de ordens de censura e de usar o Judiciário como ferramenta de coação contra plataformas estrangeiras.

“O presidente Trump está defendendo empresas americanas da extorsão, protegendo cidadãos americanos da perseguição política e salvando a economia americana de ficar sujeita aos decretos arbitrários de um juiz estrangeiro tirânico”, afirma o comunicado.

 

A ofensiva diplomática também escancara os laços políticos e pessoais entre Trump e Bolsonaro.

Em entrevista recente ao portal Poder360, Bolsonaro ressaltou seu vínculo próximo com o norte-americano.

“Trump é imprevisível. Eu gosto dele. Eu sou apaixonado por ele. Eu sou apaixonado pelo povo americano, pela política americana. Nunca escondi isso. Trump sempre me tratou como um irmão”, disse o ex-mandatário.

Bolsonaro também destacou o orgulho por ter sido citado por Trump em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual o republicano criticou o tratamento dado ao ex-presidente brasileiro pela Justiça e por autoridades do atual governo.

Recentemente, Trump voltou a defender Bolsonaro ao ser questionado sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que Bolsonaro seja condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado — em que ressaltou estar acontecendo uma “caça às bruxas” contra Jair.

“Ele não é meu amigo, mas é alguém que conheço. Representa milhões de brasileiros. Ama o Brasil e lutou muito por essas pessoas. Agora querem prendê-lo. Isso me parece uma caça às bruxas, e acho muito triste”, afirmou Trump.

Além do tarifaço, o governo Trump suspendeu os vistos de entrada nos EUA do ministro Alexandre de Moraes, de aliados do STF e de seus familiares diretos — e o enquadrou na Lei Magnitsky, na manhã desta quarta-feira.

Segundo a Casa Branca, as ações do Judiciário e do Executivo brasileiro configuram ameaça direta aos valores democráticos e à estabilidade de empresas dos EUA que operam no Brasil.

 

 

 

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Da Redação

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