Tarifaço dos EUA pode atingir empregos e PIB de São Paulo, diz Tarcísio

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), alertou neste sábado (26) que o estado pode perder de 44 mil a 120 mil empregos com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, deve entrar em vigor em 1º de agosto e já provoca reações entre governadores e exportadores.

Segundo Tarcísio, o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de São Paulo pode variar de 0,3% a 2,7%. “O efeito pode ser muito significativo, afetando massa salarial, empregos e a própria economia paulista”, afirmou durante participação no festival de investimentos Expert XP 2025, em São Paulo.

Entre os setores mais vulneráveis estão o agronegócio — especialmente os produtores de café e laranja — e a indústria de bens de capital. Tarcísio mencionou que pequenos produtores cooperativados podem ser fortemente atingidos, assim como empresas multinacionais instaladas no estado, como a Caterpillar, que, segundo ele, pode interromper atividades caso o cenário persista.

A decisão de Trump foi anunciada após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, e motivada por uma investigação dos EUA que acusa o Brasil de não combater adequadamente o comércio de produtos falsificados. O relatório americano cita diretamente a Rua 25 de Março, em São Paulo, considerada um dos maiores polos mundiais de falsificação.

Durante o evento, os governadores Ratinho Junior (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás) também criticaram a atuação do governo federal diante da crise. Ratinho defendeu que o Brasil deveria buscar diálogo direto com os Estados Unidos, como fizeram países como México, Canadá e Índia, que conseguiram mitigar sanções comerciais semelhantes. Já Caiado acusou o Itamaraty de ter se tornado ideológico e distante da realidade do comércio internacional.

Tarcísio, que evitou citar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez críticas indiretas à condução diplomática do governo. “A pior agressão à soberania é a divisão interna. Se não agirmos como adultos, quem perde é o Brasil”, disse o governador.

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Da Redação

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