STF concedeu prisão domiciliar a fundador de facção criminosa

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A concessão de prisão domiciliar a Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, expõe um dos retratos mais cruéis e revoltantes do colapso institucional brasileiro. Por décadas, ele foi considerado um dos traficantes mais perigosos do Rio de Janeiro, fundador da facção Amigos dos Amigos, responsável por espalhar terror, impor medo, destruir famílias e comandar guerras sangrentas que marcaram gerações de moradores de comunidades inteiras. Agora, depois de uma vida dedicada ao crime, o Estado decide oferecer a ele um benefício que milhões de brasileiros de bem jamais veriam em situações infinitamente mais leves.

A justificativa oficial do STJ menciona idade avançada, saúde debilitada e a necessidade de cuidar da esposa com câncer em estágio terminal. Argumentos humanitários que soam corretos no papel, mas não resistem à realidade de um país onde idosos honestos morrem abandonados em corredores de hospitais e doentes graves vagam por meses em filas por uma consulta. A benevolência estatal parece ter destino certo: quem deve tudo ao Brasil recebe nada, e quem destruiu o Brasil recebe compreensão, afeto e acolhimento jurídico.

Celsinho acumulava acusações de homicídio, roubo e participação direta no fortalecimento de uma das facções mais violentas do estado. Passou décadas preso e, mesmo assim, continuou influenciando estruturas criminosas. A decisão provoca indignação porque revela uma assimetria perversa. Quando um criminoso de alto calibre pede benefício, o sistema se mobiliza, analisa, acolhe e flexibiliza. Quando é o cidadão comum pedindo proteção, segurança e justiça, a resposta é silêncio, burocracia e abandono.

A Secretaria de Segurança do Rio alertou que fiscalizar o cumprimento da medida será quase impossível, o que significa que, na prática, o Estado entregou a um dos fundadores de facção perigosa exatamente o que ela mais deseja: proximidade, acesso, articulação e território para reconstruir poder. Em vez de enviar um recado duro contra o crime, a decisão reforça a sensação de que o Brasil se ajoelha diante de quem o ameaça.

Enquanto isso, a população que vive encurralada pelo medo observa, impotente, mais um capítulo da inversão moral que domina

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Da Redação

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