
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), retirou o deputado Bibo Nunes (RS) da vice-liderança da bancada após ele votar a favor da emenda apresentada pelo PSOL que transformou a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ) em uma suspensão de seis meses.
A emenda, articulada pelos aliados do psolista, precisava de 257 votos para ser aprovada e acabou passando com ampla margem: 318 votos favoráveis. O objetivo era impedir que o plenário retomasse o parecer do Conselho de Ética, aprovado em abril, que recomendava a cassação definitiva e a inelegibilidade por oito anos.
Por que Bibo votou com a emenda
Bibo Nunes afirmou que apoiou a emenda porque acreditava que, caso ela fosse rejeitada, a Câmara precisaria votar diretamente a cassação — que também exigia 257 votos e, segundo sua avaliação, não alcançaria o total necessário.
Na visão do deputado, se nenhum dos dois dispositivos atingisse o mínimo de votos, Glauber acabaria sem qualquer punição, motivo pelo qual preferiu garantir ao menos a suspensão.
Reação do líder do PL
A justificativa não convenceu Sóstenes Cavalcante. Da tribuna, o líder declarou que um vice-líder deve “lealdade ao líder” e afirmou que Bibo não o consultou antes de tomar posição divergente da orientação oficial, que era votar “não” à emenda.
“Ele tem total liberdade, no seu mandato, de fazer o que quiser, mas não vai desqualificar a liderança enquanto tivermos líder. Por isso, a partir de hoje ele não é mais vice-líder”, afirmou Sóstenes.
O episódio expôs mais um capítulo das tensões internas no PL durante a votação que envolvia Glauber Braga — um dos momentos mais turbulentos da atual legislatura.


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