O sistema tributário brasileiro segue entre os mais complexos e criticados do mundo. Para muitos especialistas, ele penaliza o trabalhador e reforça desigualdades sociais ao concentrar a maior parte da arrecadação em impostos sobre o consumo — modelo considerado regressivo e injusto.
A percepção popular de que “quem trabalha sustenta 14 pessoas com seus impostos” sintetiza a insatisfação com o peso da carga tributária e o baixo retorno em serviços públicos. Apesar de o país arrecadar cerca de 33% do Produto Interno Bruto (PIB), o contribuinte brasileiro ainda enfrenta dificuldades com saúde, educação, transporte e segurança precários.
Outro ponto de crítica é a estrutura desigual do sistema: enquanto o cidadão comum paga tributos embutidos em praticamente todos os produtos e serviços, grandes fortunas, heranças e lucros são pouco tributados. O resultado é um modelo que onera mais quem ganha menos, aprofundando a disparidade de renda no país.
Especialistas defendem que a reforma tributária, aprovada parcialmente em 2023 e ainda em fase de regulamentação, seja uma oportunidade para simplificar o sistema, reduzir distorções e tornar a cobrança mais justa. No entanto, o desafio é equilibrar arrecadação, eficiência e equidade — sem aumentar ainda mais o peso sobre o bolso do trabalhador brasileiro.
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