Sindicalistas predadores e as novas possibilidades sindicais em Primeira Cruz

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Não tenhamos dúvidas, conterrâneos, que a história do movimento sindical no mundo é sinônima de solidariedade, braveza e amor. Três pilares que mudaram os rumos das indignações trabalhistas por dias melhores à sociedade. Sem esses valores, que são intrínsecos à atuação das pessoas nos sindicatos, não teríamos um histórico movimento sindical de sucesso, que pudesse garantir direitos que temos hoje.
Esses são valores religiosamente exercidos por sindicalistas e sindicatos de sucesso. E, religiosamente falando, até mesmo a Bíblia reforça a natureza solidária, gentil e de comunhão da atuação das pessoas no movimento sindical. Tomo emprestadas as palavras do profeta Jeremias (22.13), em que destaca “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, sem direito! Que se vale do serviço dos outros, sem pagar, e não lhe dá o salário”.

Não fossem a fragmentação desses magníficos valores, humanos até, não teríamos crises em um movimento sindical tão sólido quanto o brasileiro. É possível que essa afirmação – de movimento sólido – deveras ter sido feita em meados de 2014… 2015… mas não podemos abnegar, sete ou oito anos depois, a permanência de predadores no movimento sindical.

Refiro-me, neste fato, da atitude predatória e, inclusive, vexaminosa de uns (as) poucos (as) sindicalistas atualmente. Sindicalistas-predadores (as), se o composto da palavra, na saudosa Língua Portuguesa, me permite escrever. Que se omitem de prestar informações importantes para a sociedade, com a singela desculpa de que apenas os (as) associados (as) merecem saber tais informações. Que não compreendem a estrutura social emanada pelos agentes e instituições sociais atualmente, inclusive o papel da mídia nesse processo.
Aqueles (as) que esqueceram as absolutas grandezas de um movimento com princípios humanísticos fundamentais. Aqueles (as) que esqueceram que a grosseria – ou ira momentânea – ficavam só nas passeatas. E que não destratavam outros sindicatos parceiros e até profissionais de imprensa. Afinal, ao tocar em imprensa, lembre-se sempre de que, historicamente, é a imprensa quem dá a visibilidade necessária para a atuação dos sindicatos. Os sindicatos são sempre uma fonte oficial. Uma fonte a quem podemos confiar, mas os (as) predadores (as) não.

Os (as) predadores (as) sindicais fragmentam relações instersindicais e relações com agentes e instituições sociais. Isso é terrivelmente ruim. Alguns deles têm, inclusive, atitudes extremistas, que se assemelham aos comportamentos ditatoriais dos anos de chumbo.
Para além disso, cabe aos (as) associados (as) buscarem novas possibilidades de filiação sindical, o que não é difícil, sobretudo em uma cidade em que possui três sindicatos para uma só rede de profissionais da Prefeitura Municipal. Sim! Essa é a nossa Primeira Cruz. Quando não há legitimidade sindical, outros sindicatos surgem e a disputa se acirra. Confira, abaixo, outros sindicatos aos quais o servidor público municipal pode contar para fugir do predatismo sindical.

Sindicato Dos Professores Do Ensino Publico Do Municipio De Primeira Cruz No Estado Do Maranhao-SINDIPROP
Número do CNPJ: 16.417.377/0001-80
Nome Fantasia: Siindiprop | Data de Abertura: 07/05/2012
Natureza Jurídica: Entidade Sindical |
Quais as formas de contato?
Telefone: (98) 9123-6279 | E-mail: saulsantos.az@hotmail.com
Qual é o endereço da empresa?
Estado / UF: Maranhão / MA | Município: Primeira Cruz | Bairro: Capim Acu
Logradouro: Travessa Afonso Pena | Número: 01
Complemento: CEP: 65.190-000

Sindicato Intermunicipal dos Servidores Publicos Municipais e Empregados Publicos dos Municipios de Humberto de Campos e Primeira Cruz – Sinserp – 44.461.558/0001-40
CNPJ: 44.461.558/0001-40
Nome Fantasia: Sinserp | Data da Abertura: 14/09/2021
Data Situação Cadastral: 14/09/2021
Informações de Registro CNPJ: 44.461.558/0001-40
Contatos: E-mail: jserramaria@gmail.com
Telefone(s): (98) 99156-6550
Localização: Travessa Do Sol, 22 | Bairro: Centro
CEP: 65180-000 | Município: Humberto de Campos | Estado: Maranhão

 

A infinidade de sindicatos
Em Primeira Cruz

 

Lembro-me quando iniciamos nossa carreira na imprensa sindical ainda em 2012, na NCST/MA. Até hoje temos um enorme respeito pelas lideranças sindicais que compreendiam o papel da mídia nesse processo de combate às mazelas sociais decorrentes da precarização de trabalho.

Reitero que não, inclusive, destaco que aumento salarial de professor não é um tema questão exclusivamente docente, muito menos exclusivamente sindical, mas sim uma demanda pública educacional, porque são os cofres públicos que os mantém.

Indignações essas que possibilitaram a mudança da rotina predatória dos patrões para com o trabalhador e o trabalho.

Centenas de anos romperam a barreira do medo, desde a revolução industrial, para que grandes grupos de pessoas deixassem o campo e buscassem, bravamente seus ofícios, mas em sua maioria, encontravam trabalhos insalubres, mão-de-obra infantil, super jornadas e salários baixos.

. Foi pensando nisso que sindicalistas

Professores podem contar com novas opções de Sindicatos em Primeira Cruz
A organização sindical no Brasil é livre e amparada por diversas leis da Constituição Federal e pela estrutura administrativa do Ministério do Trabalho. Isso possibilitou que profissionais das mais diversas categorias pudessem se associar e fundar organizações sindicais. Em Primeira Cruz não é diferente. Sindicatos disputam espaço e representatividade sindical, enquanto se organizam e lutam pelos direitos dos seus associados.
Atualmente, o Sinproessema, em toda a sua estrutura sindical gigantesca, tenta persistir em Primeira Cruz

Para encurtar conversa, listamos aqui novas possibilidades de

A cidade de Primeira Cruz possui suas peculiaridades, mas não é muito diferente de outros municípios quando a questão é a sociedade civil organizada. Associações, sindicatos e organizações não governamentais disputam espaço e poder no campo social, já dizia Pierre Bourdieu. Mas deixando de lado a escrita e o breve conhecimento acadêmico, venho apresentar algumas questões que me deixaram inquieto nas últimas semanas.
O ressurgimento do SIINDIPROP/SINDSEPROP (Sindicato dos Professores do Ensino Público do Município de Primeira Cruz No Estado do Maranhão) soou fortemente como o badalo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, prometendo uma reestruturação sindical e uma luta em defesa de trabalhadores locais, entretanto, entre farpas, o único Sindicato que possui a tão sonhada Carta Sindical na cidade, tem rebatido as diversas críticas promovidas pelo SIINDIPROP e que avassalam o campo social local.

Os acontecimentos

A situação ocorreu durante uma sessão na Câmara Municipal da cidade em 4 de outubro de 2021. Entre notas de repúdio e de esclarecimentos, o Sindicato Sinproessema e a organização sindical SIINDPROP trocaram farpas nessa busca de reconhecimento e legitimidade. Enquanto o SIINDPROP possui 9 anos de (in) existência, o Sinproessema possui uma legitimidade jurídica que o mantém dono da situação: a propriedade da Carta Sindical emitida pelo Ministério do Trabalho.
A Carta Sindical é tão importante para um Sindicato quanto sua legitimidade, contudo, a emaranhada legislação jurídico-sindical, permite atropelos na cobertura de filiações de profissionais de diversas categorias de trabalho. Permite, inclusive, que categorias profissionais possam ser enquadradas em mais de um sindicato. Enquanto o Sinproessema busca manter seu poderio, outras organizações sindicais abocanham categoriais profissionais do setor da educação, o que é importante para a sobrevivência: quanto mais filiados, mais recursos.

Uma outra via

Recentemente um grupo de profissionais da educação fundaram o SINSERP, Sindicato Intermunicipal que abrange profissionais do serviço público municipal de Primeira Cruz e Humberto de Campos. Novo e com tanta legitimidade quantos os outros, ainda não possui Carta Sindical, o que não impede sua atuação, mas distante da disputa de poder entre SINPROESSEMA e SIINDPROP, o SINSERP lança mão de outras categorias profissionais para além da Educação. O Sinproessema de Humberto de Campos participou, inclusive, da fundação do SINSERP. Como um ato de parceria e amizade sindical.

O fato é que o Sinproessema já não urge como uma só opção para os profissionais locais. Sindicatos como o SIINDPROP, por exemplo, pretendem, em suas razões sociais inscritas sob seu CNPJ, cobrir uma categoria extremamente importante que é a da Educação, contudo, é uma luta desigual. Há quem diga: se não pode com o inimigo, junte-se a ele. O problema, para o SIINDPROP, é que sua sobrevivência depende da filiação da principal categoria profissional do Sinproessema: os professores.

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Da Redação

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