Sete pessoas são presas em operação do GAECO contra a gestão de Paulo Curió em Turilândia; posto bancava faculdade de ex-vice-prefeita

Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) resultou na prisão de sete pessoas em São Luís e outros cinco municípios. O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) investiga um suposto esquema de desvio de dinheiro público na Prefeitura de Turilândia, envolvendo contratos irregulares e repasses a empresas de fachada.

Entre os investigados estão o prefeito de Turilândia, Paulo Curió (União Brasil), e a ex-vice-prefeita do município, Janaína Soares Lima. Segundo as apurações, os dois são suspeitos de integrar uma organização criminosa que operava dentro da administração municipal.

De acordo com o MP-MA, o esquema teria como peça-chave um posto de combustível pertencente ao marido da ex-vice-prefeita. A empresa teria sido utilizada para justificar gastos públicos com abastecimento de veículos da prefeitura, mas os valores registrados levantaram suspeitas. Documentos apontam que alguns carros teriam consumido quantidades de combustível incompatíveis com a rotina municipal, com uma distância de aproximadamente 860 km.

As investigações também indicam que o posto Turing, envolvido no esquema, teria sido utilizado para custear boletos da faculdade de Medicina da ex-vice-prefeita, levantando indícios de desvio de recursos.

Além do posto, outras cinco empresas contratadas pela prefeitura são citadas na investigação: AB Ferreira LTDA, SP Freita Júnior, Lumines Serviços e WS Canindé. Segundo o MP, após receberem pagamentos da administração municipal, os valores eram repassados a agentes políticos e servidores públicos, totalizando um desvio estimado em R$ 34 milhões.

O Ministério Público solicitou o bloqueio das contas bancárias dos investigados, com base em relatórios de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e análises de movimentações bancárias suspeitas.

A operação cumpriu 40 mandados de busca e apreensão em Turilândia, São Luís, Santa Helena, Pinheiro, Governador Nunes Freire, Carutapera e Luís Domingues, além das sete prisões. Novas diligências devem aprofundar a investigação sobre o caso.