Rebeldes sírios se aproximam de Damasco, e regime nega fuga de Bashar al-Assad

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A aliança de grupos rebeldes na Síria disse ter alcançado os subúrbios de Damasco neste sábado, de onde milhares de pessoas fugiram pela aproximação rebelde nos últimos dias. A movimentação marca a primeira vez que as forças opositoras chegam nos arredores da capital síria desde 2018, quando tropas do Estado Islâmico (EI) tomaram controle de um pequeno território na região antes de a abandonarem um mês depois.

A investida alimentou rumores de que o presidente Bashar al-Assad teria deixado a capital — e de que as forças do regime teriam se retirado das áreas dominadas. O governo negou ambas as alegações.

Os avanços ocorreram no mesmo dia em que forças rebeldes lideradas pelo grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS) registraram conquistas na região de Homs, a terceira cidade mais populosa do país e uma das áreas mais estratégicas para o governo, já que conecta Damasco à costa mediterrânea, onde estão localizadas duas bases militares da Rússia, nação aliada de Assad.

O regime sírio, ainda incapaz de conter os opositores, tem sofrido uma série de derrotas: desde 27 de novembro, quando a ofensiva insurgente teve início, os rebeldes registraram rápido avanço a partir da província de Idlib, na fronteira com a Turquia; em Aleppo, a segunda maior cidade síria; e em Hama, a quarta maior.

Ao longo de 13 anos de conflito, que deslocou uma miríade de grupos nacionais e estrangeiros ao campo de batalha, Assad conseguiu se manter no poder e no controle das principais cidades do país por meio de um extenso apoio internacional, sobretudo da Rússia, Irã e do movimento xiita libanês Hezbollah. Com cada um de seus principais aliados envolvidos em conflitos próprios, da Ucrânia à Gaza, o líder sírio, cuja família está há 50 anos no poder, tem enfrentando dificuldades para conseguir uma mobilização — embora conte atualmente com o apoio aéreo russo e tenha recebido, neste sábado, a notícia de que o Hezbollah enviou 2 mil homens para auxiliar a defesa de uma cidade fronteiriça.

Rami Abdurrahman, chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma organização de monitoramento da guerra com sede no Reino Unido, afirmou que os insurgentes estavam ativos nas áreas de Maadamiyah, Jaramana e Daraya, localizadas na grande Damasco. Ele acrescentou que os combatentes da oposição também estavam marchando do leste da Síria em direção ao subúrbio de Harasta, nos arredores da capital.

Hasan Abdel Ghani, membro da aliança liderada pelo grupo islâmico radical Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lançou uma ofensiva relâmpago na semana passada, disse mais cedo que as forças da oposição haviam começado a cercar Damasco na “fase final” de seus ataques.

( o Globo )

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Da Redação

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