
Pesquisadores europeus identificaram que rãs fêmeas de algumas espécies, como a European common frog, vêm utilizando uma estratégia incomum para escapar de machos insistentes durante o período reprodutivo: fingir a própria morte. A tática, descrita em estudos publicados em 2023 e repercutida por veículos internacionais como The Guardian e El País, consiste em entrar em um estado chamado tonic immobility, no qual o animal permanece rígido e imóvel, simulando um colapso total.
O comportamento tem sido observado sobretudo durante a chamada “reprodução explosiva”, quando muitos machos disputam um número reduzido de fêmeas, formando aglomerados conhecidos como “mating balls”. Nessas situações, as fêmeas podem correr risco de afogamento ou sufocamento. Para evitar o contato indesejado, além de se fingirem de mortas, elas também giram o corpo para escapar da apreensão ou emitem vocalizações usadas típicamente por machos em confrontos.
Segundo levantamento citado pelo Science Times, o fingimento de morte ocorreu em cerca de um terço dos casos analisados. Os pesquisadores concluíram ainda que essas estratégias são acionadas com maior frequência diante de machos considerados “indesejados” — menos competitivos ou menos atrativos do ponto de vista reprodutivo — funcionando, na prática, como um mecanismo de seleção sexual.
Especialistas destacam que o comportamento não é consciente. De acordo com análise do site Snopes, trata-se de uma resposta automática ao estresse extremo e às tentativas de acasalamento forçado. A descoberta, contudo, derruba a ideia de que essas fêmeas seriam totalmente passivas, revelando um conjunto de defesas evolutivas que influenciam diretamente a escolha dos parceiros.


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