Motoristas denunciam que estão sendo multados por excesso de velocidade quando, na verdade, quem está cometendo a infração são motociclistas, muitas vezes entregadores de aplicativos, que trafegam sem respeitar os limites de velocidade e sem placas visíveis. Como as câmeras não conseguem identificar as motos sem placa, a responsabilidade da infração acaba recaindo sobre o veículo mais próximo — normalmente, os carros dos motoristas corretos quanto a velocidade.
Um dos casos relatados aconteceu no último sábado, por volta das 15h30, quando um motorista seguia da região da Turu até a Avenida dos Africanos. Ao passar pelo radar próximo à Faculdade Pitágoras, no Turu, ele reduziu a velocidade para 40 km/h, conforme o permitido. Porém, segundo ele, uma moto de entregador, trafegando a uma velocidade muito superior, passou ao lado do veículo e o radar registrou a infração como se tivesse sido cometida pelo carro.
O mesmo motorista relatou um episódio semelhante na Avenida Médici, desta vez à noite, quando um entregador também em alta velocidade passou ao lado de seu veículo. Mais uma vez, a infração foi atribuída ao carro, resultando em uma multa injusta.
O motorista, que preferiu não se identificar, denuncia o aumento do número de motos circulando sem placas ou com placas irregulares, em São Luís, principalmente à noite. Esse comportamento tem sido comum entre entregadores de aplicativos, que, segundo os relatos, tentam ganhar tempo para cumprir prazos de entrega. Porém, ao excederem os limites de velocidade e burlarem a fiscalização, acabam gerando insegurança nas vias e transferindo a responsabilidade das infrações para outros motoristas.
“Por duas vezes, fui multado por conta dessas motos em alta velocidade. Isso não pode continuar. Estamos sendo penalizados por algo que não é culpa nossa”, relatou um dos motoristas que está recorrendo das multas.
Em nota, a Prefeitura de São Luís, por meio da SMTT, afirma que não tomou conhecimento de qualquer reclamação ou denúncia sobre o assunto e que não realiza autuações de veículos por meio de radares de forma automática. A SMTT esclarece, ainda, que todos os equipamentos instalados na capital são aferidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Via: Folha de Sã0 Paulo
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