A Câmara Municipal de Barra do Piraí (RJ) rejeitou, na última terça-feira (24), o projeto de lei do vereador Pedro Fernando de Souza Alves (Solidariedade), o Pedrinho ADL, que propunha a criação do “Dia de Zé Pelintra” no calendário oficial do município. A proposta foi derrubada por 6 votos a 4 e provocou intensa polarização entre representantes de diferentes segmentos religiosos e políticos da região.
POLÊMICA E ATAQUES A PASTOR EVANGÉLICO
A polêmica sobre o projeto repercutiu ainda mais após o pastor Mateus Oliveira, líder da Comunidade Atos, em Barra do Piraí, manifestar publicamente, com base em sua fé, contrariedade à proposta.
O religioso destacou que a iniciativa não refletia os valores de sua comunidade e de parte significativa da população evangélica local.
Em resposta, o vereador Pedrinho ADL reagiu com agressividade em plenário, proferindo falas ofensivas contra o pastor e anunciando que solicitaria a cassação da licença de funcionamento da igreja liderada por Oliveira. As declarações foram amplamente criticadas e geraram indignação em diversos setores da sociedade.
CASO GANHA REPERCUSSÃO ESTADUAL
O embate ultrapassou os limites do município e passou a ter repercussão estadual. O deputado estadual Douglas Gomes (PL), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), acionou judicialmente o Coordenador de Diversidade Religiosa da Prefeitura do Rio de Janeiro, Elinal Peixoto, por suposta perseguição religiosa.
Segundo o parlamentar, Elinal Peixoto teria utilizado estrutura institucional da Prefeitura do Rio de Janeiro para registrar uma queixa-crime contra o pastor Mateus Oliveira na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na capital, alegando intolerância religiosa e homofobia. A denúncia teria sido motivada por vídeos e informações encaminhadas pelo gabinete do deputado estadual Átila Nunes (PSD) e por uma militante.
Douglas Gomes acusa Peixoto de abuso de autoridade, denunciação caluniosa, improbidade administrativa e intolerância religiosa.
– A conduta do pastor está amparada pelo direito constitucional à liberdade religiosa e de expressão – afirmou o deputado.
Além da ação judicial, Gomes enviou um ofício ao prefeito Eduardo Paes (PSD) exigindo esclarecimentos sobre a atuação de seu coordenador. Entre os questionamentos, estão se houve autorização prévia para a atuação institucional de Peixoto, se a prefeitura tinha conhecimento da denúncia e se recursos públicos foram utilizados para viabilizar a ação.
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