Professora de História encontrada morta com sinais de violência sexual no Estado de Minas Gerais foi assassinada pelo próprio filho, aponta a Polícia Civil mineira.
Soraya Tatiana Bomfim França, de 56 anos, foi encontrada morta no último dia 20 de julho, perto de um viaduto em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, coberto por um lençol, seminu e com marcas de violência sexual e queimaduras.
De acordo com a polícia, o filho afirmou que fez uma simulação de crime sexual para não ser associado ao assassinato.
Nesta sexta-feira (25), Matteos França Campos foi preso e confessou à polícia ter matado a mãe durante uma briga por causa de dívidas que ele tinha em casa de aposta e crédito consignado.
Filho fez boletim de ocorrência sobre desaparecimento
No dia 18 de julho, Matteos chegou a registrar um boletim de ocorrência depois de, segundo ele, a professora não visualizar suas mensagens.
Ele contou à polícia que tinha saído de casa na noite de quinta (17), em viagem à Serra do Cipó, sendo essa a última vez que viu a mãe com vida. Segundo Matteos, Soraya estava sentada no sofá da sala, usando uma camisola cinza. Na manhã de sexta, ele teria mandado mensagem pra ela, mas a mãe não recebeu.
Matteos disse, ainda, que pediu a uma tia que fosse até o apartamento para verificar, mas ela não foi atendida. Então pediram que um chaveiro abrisse a porta da residência, mas não havia ninguém na casa.
O filho contou, também, que chegou a entrar em contato com hospitais e foi com o pai dele, ex-marido da vítima, para buscar informações. Além disso, pai e filho entraram em contato com amigas de Soraya e com o Instituto Médico Legal (IML), mas não tiveram nenhuma informação.
O corpo de Soraya foi encontrado no domingo (20), após a polícia receber informações de um corpo abandonado perto de um viaduto em Vespasiano, na Grande BH.
Investigações apontaram que filho matou a mãe
Durante as investigações, a polícia constatou que dentro do apartamento da vítima não havia sinais de arrombamento ou violência. O carro da professora permanecia na garagem, mas o celular, óculos e chaves não estavam no local.
“Todos os elementos de investigação que colhemos esta semana apontavam de forma cronológica diversos indícios que cercavam e apontava que não poderia ter havido outra pessoa na residência antes de ele (o filho) ter viajado”, disse a delegada Ana Paula Oliveira, em entrevista coletiva.
A polícia informou que Matteos agiu sozinho e que confessou ter matado a mãe enforcada durante uma discussão por “questões financeiras” dentro do apartamento em que eles moravam. No mesmo dia, colocou o corpo no porta-malas do carro dela e o deixou perto do viaduto.
As investigações apontam que Matteos estava cheio de dívidas causadas por jogos de casa de aposta e tinha feito empréstimo consignado.
Em depoimento, o filho disse que “entrou em colapso” durante a discussão com a mãe, após ela reclamar que ele sempre dizia estar sem dinheiro.
Matteos tinha um cargo comissionado na Secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais (Sedese), mas, após a divulgação da prisão, a pasta informou que ele foi exonerado.
Em post nas redes sociais, o governador Romeu Zema parabenizou a polícia pela prisão do suspeito e disse que “em Minas, criminoso não tem vez”.
Soraya Tatiana Bonfim França era licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e dava aulas do Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte, desde 2017.
Segundo a direção da escola, Soraya dava aulas para as turmas do 7° e 9° anos. Só lá, ela deu aula para mais de 2 mil alunos.
Nos últimos anos, a professora assumiu a coordenação do Projeto Cidadania, iniciativa que existe há mais de 20 anos no colégio. Alunos do 9° ano da instituição participam de pesquisas que envolvem situações em que a cidadania precisa ser exercida e pesquisam informações sobre justiça social e paz.
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