
Mesmo detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro, Silas Diniz Carvalho, conhecido como Gordão ou Mikhail, continuava a comandar uma das mais sofisticadas fábricas clandestinas de fuzis já identificadas pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF). A estrutura operava em Santa Bárbara d’Oeste (SP), dentro da empresa Kondor Fly Parts, que simulava produzir peças aeronáuticas, mas funcionava exclusivamente como fachada para a fabricação de armamentos de guerra.
Integrante do Comando Vermelho (CV), Silas articulava pagamentos, escolhia operadores, validava máquinas e emitia ordens diretas aos membros da organização, que atuavam em três estados brasileiros e nos Estados Unidos, segundo denúncia revelada pelo Metrópoles.
A esposa do detento, Marcely Ávila Machado, conhecida como Vick, atuava como gestora financeira do esquema, responsável por repasses mensais e pela coordenação dos pagamentos que mantinham a fábrica em funcionamento. Enquanto Silas seguia preso, Marcely cumpria prisão domiciliar, conforme atualização de novembro deste ano.
O empreendimento clandestino foi aberto em maio de 2024 pelo foragido Gabriel Carvalho Belchior, que alterna residência entre Kansas City, no Texas, e Vero Beach, na Flórida, segundo a PF. Embora registrada como indústria de peças aeronáuticas, a empresa servia apenas para dar aparência de legalidade ao maquinário utilizado na fabricação de fuzis da plataforma AR (AR-15, M4 e M16).


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