
O preconceito ainda impede que muitas pessoas trans tenham acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado contra o câncer. Médicas relatam que diversos pacientes deixam de fazer consultas e exames preventivos por medo de violência, constrangimento ou discriminação nos serviços de saúde — situação que frequentemente leva à descoberta da doença já em estágios avançados.
Para enfrentar esse problema, iniciativas específicas para a população LGBTQIAPN+ estão surgindo em todo o país. A mastologista Maria Julia Calas, presidente regional da Sociedade Brasileira de Mastologia no Rio de Janeiro, e a oncologista Sabrina Chagas lançaram o guia “Nosso Papo Colorido”, que reúne orientações sobre prevenção e rastreamento do câncer com linguagem acolhedora e acessível.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia, em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, está preparando diretrizes específicas para o rastreio de câncer de mama em pessoas trans. O documento deve ser publicado no início de 2026 e servirá como referência nacional para profissionais de saúde, com foco em ampliar o acesso, reduzir desigualdades e garantir cuidado humanizado.


+ There are no comments
Add yours