Por que 6 de setembro é dia do sexo? Entenda a origem da data

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“Se existe o Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia das Crianças, por que não temos um Dia do Sexo?”. Foi com esse mote que a agência Age lançou uma campanha de marketing em 6 de setembro de 2008 para a fabricante de preservativos Olla.

A campanha defende que tais comemorações familiares só eram possíveis por conta do sexo — e, portanto, seria justo que a prática tivesse um dia de celebração só para ela.

Alusão à posição sexual

 

Conforme a revista IstoÉ, a escolha da data não foi por acaso. Em números, a junção do dia 6 com o mês de setembro (o 9º mês do calendário) é registrada como 6/9: uma clara referência à popular posição sexual 69 (“meia-nove”).

O tom humorístico da peça publicitária conquistou o público e o seu engajamento foi tanto que, além de envolver a população na época, criou de fato um “feriado” informal. Desde então, anualmente, nos dias 6 de setembro, as práticas sexuais viram objetos de campanhas comerciais.

Mais do que uma “apologia” ao sexo, com o passar dos anos, essas comemorações se adaptaram para acompanhar as novas discussões entorno da sexualidade. Além de quebrar o tabu das práticas sexuais, o marketing e as organizações civis começaram a usar essa data como uma oportunidade para falar sobre questões como diversidade sexual, prazer feminino e importância do consentimento.

Outra data para o Dia do Sexo

 

Décadas antes do lançamento da campanha da Olla, em 1935, outra data foi proposta para celebrar as práticas sexuais: o dia 20 de novembro. Segundo oUOL Universa, a ideia foi do médico carioca José de Albuquerque, considerado um dos precursores da educação sexual no Brasil.

Albuquerque foi o criador do Círculo Brasileiro de Educação Sexual (CBES), um grupo formado em 1933 por profissionais de diversas áreas cujo objetivo era iniciar uma grande reforma na educação e na cultura sexual. Por meio de campanhas de conscientização na mídia, em panfletos e palestras, a iniciativa tratava sobre temas como masturbação, controle da natalidade, proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), etc.

O médico falava sobre o sexo sob uma perspectiva clínica, higienista e heterossexual, tratando muito mais sobre a função reprodutiva das atividades sexuais do que os seus prazeres. Ele era, inclusive, contrário ao uso de camisinhas.

Mesmo assim, o seu discurso era considerado progressista para a época. Ele defendia, por exemplo, que a discussão sexual deveria ocorrer sem tabus, tanto dentro de casa quanto nas escolas. Contudo, sem o apoio das organizações de saúde e do governo, as ideias e o Dia do Sexo de Albuquerque acabaram se perdendo no tempo. A data acabou sendo estabelecida só mesmo pela campanha da Olla.

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Da Redação

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