Lideranças do PL avaliam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu duplamente derrotado com as decisões do plenário de não cassar os deputados Glauber Braga (PSol-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP). Segundo caciques do partido, Motta errou ao pautar as cassações sem ter a certeza dos votos, demonstrando falta de controle sobre o plenário.
O episódio também teria gerado desgaste político triplo: com o governo, com a sigla de Jair Bolsonaro e com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lira, principal fiador da eleição de Motta à presidência da Casa, atuava pessoalmente pela cassação de Glauber, crítico ferrenho do ex-presidente da Câmara, e se desentendeu publicamente com ele em 2022.
Além disso, a manutenção do mandato de Zambelli teria provocado insatisfação interna no próprio PL, que considerava que Motta não deveria ter pautado sua cassação. Para integrantes do partido, a decisão de suspender Glauber por seis meses e manter Zambelli configura uma “derrota dupla” e evidencia um enfraquecimento político do presidente da Câmara.
Um deputado do PL afirmou, sob condição de anonimato: “Hoje a Câmara tem um presidente anão político”.


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