
Após a Câmara dos Deputados aprovar a suspensão de seis meses do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou aliados da direita que apoiaram a manobra que impediu a cassação do parlamentar.
Em publicação no X, Nikolas afirmou que ver “gente de direita com pena de comunista” representa “o ápice da ignorância da guerra política”. A declaração ocorreu após a votação que alterou o desfecho previsto para o caso.
O Conselho de Ética havia recomendado a cassação de Braga e a inelegibilidade por oito anos, mas uma emenda do PSOL, substituindo a perda do mandato por suspensão, foi aprovada por 318 votos a 141.
Sete deputados do PL — partido que oficialmente defendia a cassação — votaram a favor da emenda: Altineu Côrtes (RJ), Bibo Nunes (RS), Fernando Rodolfo (PE), Hélio Lopes (RJ), Ícaro Valmir (SE), João Carlos Bacelar (BA) e Pastor Gil (MA), revelando uma disputa interna na sigla.
Bibo Nunes justificou seu voto afirmando que a suspensão foi a única forma de garantir alguma punição a Braga, já que o plenário não alcançaria os 257 votos necessários para cassação. “Se a emenda fosse rejeitada e o relatório original retomado, não haveria votos suficientes para nenhuma das penalidades, acabando sem qualquer punição”, disse.
Outro parlamentar que seguiu a mesma linha foi Kim Kataguiri (União-SP), que destacou no X que a decisão ocorreu pela falta de votos para cassação: “Não tínhamos votos suficientes pra cassação, se perdêssemos essa votação também o Glauber não teria punição alguma. Precisa que eu desenhe?”, afirmou.
O episódio evidencia a divisão entre partidos e líderes sobre a estratégia política em torno do caso de Glauber Braga, reforçando tensões internas na base da direita na Câmara.


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