As derrotas do governo Lula no Congresso na terça-feira foram engolidas a seco pelos petistas. O motivo principal é que integrantes da sigla veem o movimento como uma “vitória pessoal” de Jair Bolsonaro, em especial, na manutenção dos vetos feitos pelo ex-presidente ao trecho da nova Lei de Segurança Nacional que dificulta punição à disseminação de fake news.
Bolsonaro fez questão de entrar no corpo a corpo para evitar a derrubada dos vetos. Na semana passada, chegou a ir ao almoço da bancada ruralista pedir aos parlamentares que mantivessem os vetos. O grupo alinhado ao ex-presidente comemorou a vitória aos gritos de “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”, como 317 votos contra 139, ou seja, 118 a menos do que era preciso para derrubar a medida.
A avaliação de integrantes da cúpula petista próximos a Lula é de que o resultado das votações foi “grave” e “expôs publicamente a fragilidade do governo”. Cresceu em uma ala do partido a visão de que é necessário mudar o time da articulação política.
A avaliação é que o Palácio do Planalto precisa ampliar o esforço em pautas que vão além da área econômica, pois as derrotas em outras searas ajudam a sedimentar a imagem de vulnerabilidade do governo.
Como informou a coluna, em conversa com líderes do governo, na quarta-feira, Lula rechaçou mudanças, mas destacou a necessidade de “melhorar a organização” dos trabalhos. O presidente, no entanto, decidiu intensificar sua atuação nessa frente. Lula começará a participar das reuniões semanais realizadas pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com o líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues. ( o Globo )
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