Peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) irão nesta quinta-feira (14) à comunidade Bom Acerto, situada na zona rural da cidade de Balsas, a 810 km de São Luís, para realizar uma perícia nas casas dos trabalhadores rurais, que foram alvo de um incêndio que destruiu três residências no último dia 23 de agosto.
A origem do conflito é registrada desde agosto de 2020, quando os trabalhadores rurais foram expulsos do local e viram suas casas e plantações destruídas por um trator. Desde então, as famílias têm lutado na Vara Agrária do Maranhão para manter o direito às suas propriedades.
A visita técnica do Icrim vai acontecer a partir das 9h desta quinta e o relatório dessa perícia vai ser anexado ao inquérito que investiga as causas desse incêndio na comunidade de Bom Acerto.
Maranhão é o 3°estado do país com maior número de conflitos agrários
Maranhão é o 3°estado do país com maior número de conflitos agrários — Foto: Reprodução/TV Mirante
O Maranhão é o 3º estado do país com o maior número de conflitos agrários, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. Em 2022, o Estado registrou 102 áreas de conflitos e sete mortes devido as disputas de terra no campo.
No ranking dos estados com maior registro de conflitos, o Maranhão fica atrás apenas do Amazonas, com 110 casos e de Mato Grosso, com 118. Mirador e Balsas são os municípios maranhenses com o maior de disputas pela posse de terra.
Desmatamento como causa
Em 2022, o Maranhão registrou 102 áreas de conflitos e sete mortes devido as disputas de terra no campo — Foto: Reprodução/TV Mirante
Os dados apontam que o desmatamento é a principal causa dos conflitos agrários, já que o problema afeta diretamente, as comunidades tradicionais.
De todos os municípios que fazem parte do cerrado brasileiro, Balsas foi o que mais desmatou em 2022, segundo o Sistema de Alerta do Mapa Biomas. Mais de 24 mil hectares de terra foram desmatados para dar lugar as plantações de soja, milho e formação de pasto para criação gado.
“A gente percebe que o desmatamento está cada vez mais empurrando as comunidades tradicionais, ficando cada vez mais oprimidas na ‘beira das matas’, sem saber o que fazer. Então essa é a nossa preocupação”, disse Sebastião Matos, sindicalista.
+ There are no comments
Add yours