
Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) construíram uma distribuidora de combustíveis no Nordeste para operar o esquema a de lavagem de dinheiro em postos de combustíveis no Piauí, Maranhão e Tocantins. A informação consta na investigação que resultou na Operação Carbono Oculto 86, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Civil do estado do Piauí. Ao menos quatro empresários e 70 empresas estavam entre os alvos da ação. Ao todo, 49 postos foram interditados e foram apreendidos imóveis, uma aeronave, veículos de luxo e ativos financeiros.
— Essa operação é um marco histórico, porque é a primeira vez que nós tivemos um braço financeiro do PCC, a Faria Lima, investindo no Nordeste para lavar dinheiro. Aqui, nós percebemos que estava sendo montado uma grande operação de distribuição de combustíveis adulterados, inclusive com a criação de uma distribuidora na estrada entre Teresina e Altos, que serviria para jogar combustível adulterado para todo o Nordeste — explicou o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas.
De acordo com a investigação, os estabelecimentos são ligados a empresários locais e operadores financeiros citados na Operação Carbono Oculto, deflagrada em São Paulo, pela Polícia Federal, em agosto. O grupo teria utilizado empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para fraudar o mercado de combustíveis e movimentar cerca de R$ 5 bilhões.
— A origem dos recursos era estranha, de São Paulo, e os proprietários eram de lá. Havia um receio de que a origem fosse ilícita, mas não havia certeza. Com a deflagração da Carbono Oculto em São Paulo e a certeza que esses recursos eram originários do PCC, identificamos que os atores envolvidos lá eram os mesmos das operações no Piauí — afirmou o secretário.
As investigações foram iniciadas após a venda da rede de postos de combustíveis “HD”, um conglomerado com unidades no Piauí, Maranhão e Tocantins, em dezembro de 2023. A compradora foi a empresa Pima Energia e Participações, criada apenas seis dias antes da realização do negócio. A polícia apontou inconsistências patrimoniais, alterações societárias e empresas criadas com endereços na Avenida Paulista (SP).


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