Nesta segunda-feira (11), o estadunidense Paul Alexander morreu, aos 78 anos, em decorrência de uma infecção pelo vírus da covid-19. Paul era mundialmente conhecido por ser o homem que viveu por mais tempo com um pulmão de aço, também chamado de pulmão de ferro, segundo o Guinness World Records.
Mais recentemente, o paciente do pulmão de aço começou a compartilhar a sua rotina no TikTok, rede social em que acumulava 4,5 milhões de curtidas. Por lá, ele respondia a dúvidas dos seguidores e mostrava quais eram os seus desafios enquanto sobrevivente da poliomielite — ele contraiu pólio antes da vacina ser aplicada em larga escala, aos 6 anos, em 1952, e isso marcou a sua vida para sempre.
Apesar das dificuldades, Alexander formou-se na escola e fez faculdade, onde se formou em direito. Atuou, por muitos anos, como advogado e teve o próprio escritório. Isso tudo apesar do pulmão de aço, equipamento que o acompanhou por mais de 70 anos.
Um caso de superação
Diante do caso de Alexander, era bastante plausível imaginar que sua morte, um dia, estaria relacionada com as sequelas da pólio e o pulmão de aço, mas não foi este o caso, como revela o jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O óbito foi provocado pela covid-19.
No Instagram, Christopher Ulmer, ativista pelo direito das pessoas com deficiência e fundador da organização sem fins lucrativos Special Books by Special Kids, comentou sobre o falecimento. “Paul foi um incrível exemplo [para toda a comunidade] que continuará a ser lembrado”, escreve.
Nas redes sociais, o irmão do homem com pulmão de aço, Philip, escreveu: “Estou muito grato a todos que doaram para a campanha de arrecadação de fundos do meu irmão. Isso permitiu que ele vivesse seus últimos anos sem estresse. Também pagará o seu funeral durante este momento difícil. É absolutamente incrível ler todos os comentários e saber que tantas pessoas foram inspiradas por Paul”.
Anteriormente, o responsável por cuidar do TikTok de Paul Alexander, Lincoln, tinha informado aos seguidores que ele testou positivo para a covid-19 e precisou ser hospitalizado. Por lá, a confirmação do óbito ainda não foi divulgada.
Poliomielite e pulmão de aço
A poliomielite pode causar, entre outras coisas, a paralisia — por isso, a doença também recebe o nome de paralisia infantil. Em alguns pacientes, o quadro avança, provocando um tipo de insuficiência respiratória sem cura. Este foi o caso de Alexander e, para que sobrevivesse, os médicos optaram por dar a ele um pulmão de aço.
O dispositivo consiste em uma câmara selada, na qual apenas a cabeça do paciente fica para fora. Há uma bomba que aumenta e diminui a pressão do ar em seu interior, permitindo a expansão e a contração dos pulmões. Assim, o paciente respira, mesmo quando os músculos falham.
Após muitas sessões de fisioterapia, Alexander aprendeu novas técnicas de respiração, o que o mantinha livre do equipamento do pulmão de aço durante o dia. No entanto, era sempre necessário voltar em algum momento, especialmente à noite.
Hoje, com a vacinação gratuita e em larga escala, casos de pólio como o do homem do pulmão de aço, devem ficar apenas na história, mas a sua brilhante trajetória é um exemplo de superação a ser celebrado.
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