Uma nação insular bela, com as pessoas mais gentis e amigáveis que existem. É assim que Vineola Hopi define Tuvalu, país em que nasceu e onde morou durante a maior parte de sua vida, e que hoje corre o risco de ser um dos primeiros a desaparecer como consequência das mudanças climáticas. O ponto mais alto do território, composto por nove ilhas do Pacífico, não chega a cinco metros acima da linha do mar. Segundo a previsão de cientistas, é provável que a região fique submersa nos próximos 50 a 100 anos. Para lidar com o problema, o governo local chamou a atenção ao divulgar uma proposta ao mesmo tempo ousada e controversa: a de se tornar o primeiro Estado digital do mundo.
Quando eu era jovem, as inundações repentinas nunca foram um problema. Era um momento para brincar e esquiar com nossas pranchas improvisadas. Foi somente durante minha vida escolar, quando aprendi o impacto do aumento do nível do mar, que passei a ter medo de viver em minha própria terra — disse Vineola ao GLOBO. — Quais soluções podemos encontrar se somos uma nação pequena afetada por grandes países com seus estilos de vida? Tive dificuldades para aceitar que meu querido país está desaparecendo — continuou.
Com cerca de 11,3 mil habitantes e uma área total de 26 quilômetros quadrados, Tuvalu está entre as menores nações do mundo. Antiga colônia britânica, o país conquistou sua independência em 1978, embora a população tenha decidido, em 1986, pela manutenção de uma monarquia constitucional independente. O rei Charles III é o atual chefe de Estado das ilhas, e sua representação é feita por um governador-geral, com a administração nas mãos de um primeiro-ministro, cargo que desde 2019 é ocupado por Kausea Natano. O político já se definiu como “o líder de um país que ficará debaixo d’água” se o mundo não enfrentar a crise climática.
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