Uma série de mortes ocorreu em Tutóia, Paulino Neves e Barreirinhas; vítimas tinham entre 19 e 23 anos, e uma estava grávida de dois meses.
A tranquilidade da região dos Lençóis Maranhenses foi abalada nas últimas semanas por uma série de três mortes de mulheres, registradas nos municípios de Tutóia, Paulino Neves e Barreirinhas. Os casos estão sendo investigados pela polícia e podem se tratar de feminicídios, conforme informações iniciais das autoridades.
Em Tutóia, Raimunda Nonata Araújo Silva, conhecida como “Raimundinha”, foi atacada pelo marido, que desferiu golpes de faca contra ela. A vítima foi levada para Parnaíba, onde passou um mês internada, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos e morreu.
Em Paulino Neves, a vítima Vanesa Pereira Silva, de 23 anos, já havia levado a filha à escola e estava voltando sozinha para casa quando foi atacada pelo ex-namorado. Ela foi encontrada sem vida, chocando o município.
O terceiro caso ocorreu em Barreirinhas e envolveu Luciane Santos Sousa, de 19 anos, grávida de dois meses. Ela havia vindo à cidade para passar o aniversário da mãe e realizar o pré-natal. Segundo a investigação, Euller José Araújo Silva, preso em flagrante, pediu dinheiro à vítima. Como ela não tinha, houve uma luta corporal, e o suspeito a agrediu com um pedaço de madeira e depois a estrangulou, provocando sua morte. O corpo foi encontrado próximo à residência da jovem.
A morte por feminicídio tem aumentado no Maranhão, elevando também o número de órfãos vítimas dessa violência. Um caso que chocou o país foi o do menino Luís Fernando, de 7 anos, que perdeu a mãe em um feminicídio. A história emocionou milhões de brasileiros e mobilizou redes sociais, e o menino, junto com os irmãos, recebeu uma nova casa para recomeçar a vida com mais segurança e dignidade.
Em resposta, o governo do Maranhão, através do governador Carlos Brandão (sem partido), anunciou que vai propor à Assembleia Legislativa a criação do Auxílio Financeiro aos Órfãos do Feminicídio, iniciativa sugerida pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA). De acordo com o governo, o auxílio prevê pagamento mensal de meio salário mínimo para cada filho de mulher vítima de feminicídio, até completar 18 anos. A medida será incluída na lei que criou o programa Órfãos do Feminicídio (11.723/2022), destinado a garantir proteção integral às crianças e adolescentes dependentes de mulheres vítimas de feminicídio.
Segundo o governador Carlos Brandão, o objetivo é oferecer suporte financeiro e emocional a crianças e adolescentes que perdem suas mães em decorrência da violência de gênero, reforçando a necessidade de políticas públicas que previnam e minimizem os impactos desses crimes.
Esses três casos têm causado grande comoção na região, e moradores relatam sentimento de medo e insegurança. Líderes comunitários e movimentos sociais destacam que a violência contra a mulher não pode ser tratada apenas como um problema individual, reforçando a necessidade de campanhas educativas, políticas públicas de prevenção e mecanismos de proteção efetivos.
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