Após concluir um delicado processo de reestruturação financeira e equacionar suas dívidas, a Odebrecht Engenharia & Construção dá sinais concretos de retomada plena dos negócios no período pós-Lava Jato. Em 2025, a empreiteira conquistou — ou deixou bem encaminhados — os maiores contratos de infraestrutura da última década, desde que esteve no centro de um dos maiores escândalos de corrupção do país.
Um dos principais projetos envolve a expansão da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo. A Odebrecht foi escolhida pelo grupo Motiva, antigo CCR, para executar a extensão de 4,3 quilômetros da linha, que prevê a construção de duas novas estações. O contrato está estimado em R$ 4,5 bilhões e será realizado em parceria com a Yellow River, subsidiária do grupo chinês Power China.
Em outra frente, a construtora apresentou a melhor proposta financeira para a construção de dois dos três lotes da futura Linha 19-Celeste do metrô paulistano. O trecho em disputa reúne dez estações e cerca de 11 quilômetros de túneis. O projeto será executado pelo Metrô de São Paulo como obra estatal, mas a conclusão da concorrência, prevista inicialmente para o início de dezembro, teve o prazo adiado.
Na Linha 19-Celeste, a Odebrecht detém 35% de participação e lidera um consórcio formado pela Álya, antiga Queiroz Galvão, e pela construtora italiana Ghella. O grupo superou propostas de concorrentes como Andrade Gutierrez, Agis, Yellow River e Acciona.
Caso os contratos sejam confirmados nas próximas semanas, o valor total das obras da nova Linha 19-Celeste pode chegar a R$ 13,6 bilhões. A previsão é que os trabalhos tenham início em 2027, consolidando a volta da Odebrecht ao centro dos grandes projetos de infraestrutura do país.


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