A megaoperação das polícias Civil e Militar que deixou ao menos 122 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, superou em cerca de 700% a média diária de óbitos em decorrência de intervenções policiais no Brasil. No ano passado, conforme informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o país registrou 6.243 pessoas mortas em decorrência de intervenções de policiais militares e civis da ativa, tanto em serviço quanto fora dele, alcançando uma média de 17 óbitos por dia.
Em 2024, houve uma redução de 3,1% nesse tipo de ocorrência na comparação com o ano anterior, quando o país registrou 6.413 mortes. Do número total obtido no ano passado, 703 foram no estado do Rio de Janeiro, uma média de 1,9 mortes diária devido à intervenções policiais.
A polícia do Amapá segue sendo a mais letal do país, conforme já registrado em levantamentos anteriores, com uma média de 17,1 homicídios a cada 100 mil habitantes. A Bahia vem em seguida, com 10,5 homicídios cometidos por policiais a cada 100 mil habitantes. A cidade com maior número de mortes por agentes das polícias Militar e Civil foi Santo Antônio de Jesus, na Bahia, com uma taxa de 30,2 de morte decorrente de intervenção policial (MDIP) a cada 100 mil habitantes.
O número total de mortes violentas intencionais no Brasil apresentou uma redução em 2024, com 44.127 vítimas. É o menor número desde 2012, início das medições. A taxa por cem mil habitantes, de 20,8, é também a mais baixa, com diminuição de 5,4% em relação ao ano anterior.
A letalidade no Brasil, embora em queda, ainda é considerada bastante alta se comparada ao cenário mundial. Em números absolutos, o Brasil é o país com mais homicídios do planeta. Em termos relativos, ocupa a 16ª posição de país mais violento, entre as 103 nações que disponibilizaram dados ao UNODC, o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.

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