Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) aponta que as regiões Norte e Nordeste serão as mais atingidas pelo tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump. Apesar de representarem apenas 3,9% e 11,1% das exportações para os Estados Unidos, respectivamente, o impacto nas duas regiões será alto devido a três fatores principais: o valor agregado aos produtos, a qualificação da mão de obra e a representatividade dessas exportações para a economia local.

Segundo o pesquisador do FGV Ibre, Flávio Ataliba, as regiões com uma pauta de exportação concentrada em poucos produtos para o mercado americano terão menor capacidade de reação. Ele citou a produção de frutas no Nordeste como exemplo, onde a perda de renda para trabalhadores de baixa qualificação é imediata. O estudo expressa preocupação de que o tarifaço possa ampliar as desigualdades regionais, já que as áreas mais pobres e com densidades produtivas mais frágeis serão as mais vulneráveis.