A repressão do regime da Nicarágua se intensificou ainda mais no último ano, com a continuidade dos arrestos de dissidentes, perseguições e torturas nas prisões, conforme um relatório divulgado nesta terça-feira pela Oficina de Direitos Humanos da ONU.
A repressão tem sido direcionada tanto a indivíduos que defendem causas diferentes da oficial quanto a organizações independentes e outras iniciativas da sociedade civil.
O relatório também documenta 12 casos de tortura e maus-tratos durante a detenção, além de sete casos de detidos que alegam ter sido vítimas de violação, abuso sexual e descargas elétricas, e três que relataram estrangulamento dos testículos.
“O relatório destaca claramente sinais de transtorno de estresse pós-traumático em todos os casos”, ressalta o documento apresentado em Genebra.
O organismo expressou grande preocupação com um projeto de lei que permitiria o processamento de pessoas no exterior por crimes como lavagem de dinheiro, terrorismo e financiamento de terrorismo, e cibercriminalidade.
“Se essa lei for adotada, a dissidência será ainda mais criminalizada, mesmo para aqueles que estão exilados e enfrentam grandes dificuldades, como estar completamente desconectados de suas famílias ou não poder retornar ao país devido à retirada da nacionalidade”, explicou o porta-voz.
“Many precisam reconstruir suas vidas no exílio, enfrentando estresse psicológico e vários problemas, e tememos que essa lei agrave ainda mais sua situação”, acrescentou.
A ONU tem conhecimento de que nicaraguenses continuam a fugir do país, o que se reflete nas 8.900 solicitações de asilo apresentadas por nicaraguenses na Costa Rica nos primeiros seis meses deste ano.
A Oficina de Direitos Humanos pediu às autoridades a liberação de todas as pessoas detidas arbitrariamente, garantias de julgamentos justos e respeito ao devido processo para os processados, além de um retorno seguro e voluntário para os exilados. ( Gazeta Brasil )
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