Uma psicóloga avaliou como casos emocionais com IA, como ocorreu em caso recente que viralizou, podem ser prejudiciais.
Já ouviu a frase de que o amor está em todos os lugares? Uma mulher, identificada como Ayrin, acabou se apaixonando por seu “namorado”. O problema é que o homem não existia no mundo real, e havia sido criado por inteligência artificial (IA).
Entenda a problemática do caso
Para a psicóloga e sexóloga Laís Melquíades, entrar em um relacionamento emocional com máquinas pode parecer uma solução para evitar os desafios das relações humanas. A tecnologia, nesse contexto, surge como uma alternativa aparentemente segura.
“Interagir com máquinas, consumir conteúdos prontos ou até mesmo criar vínculos emocionais com a inteligência artificial oferece uma sensação de estabilidade: não há julgamento, não há rejeição, não há abandono. É uma escolha que parece confortável, mas que, no fundo, reflete o isolamento e o medo de enfrentar a vulnerabilidade das relações reais”, salienta.
A profissional destaca que, mesmo que a tecnologia tenha avançado significativamente, as máquinas ainda oferecem interações previsíveis, sem riscos de rejeição e com a ilusão de controle total.
“Isso pode ser tentador, especialmente para quem se sente inseguro ou evita a vulnerabilidade nas relações humanas. No entanto, essa ‘zona de conforto’ pode isolar ainda mais a pessoa, privando-a de experiências essenciais para o desenvolvimento de habilidades como empatia, comunicação emocional e resolução de conflitos”, destaca.
Além disso, a psicóloga aponta que relações reais são imperfeitas, profundas e exigem esforço, mas são elas que proporcionam as experiências mais significativas, mesmo com seus altos e baixos.
“Cuidar das relações humanas é um trabalho diário que exige coragem, paciência e disposição. Talvez seja o momento de refletirmos sobre o que estamos evitando e o que estamos perdendo ao escolher alternativas ‘mais fáceis’”, encerra.
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