Mortes no Líbano por ataques de Israel chegam a quase 2.000 e ultrapassam guerra de 2006

Estimated read time 3 min read

Em menos de duas semanas, os bombardeios de Israel ao Líbano já deixaram 1.974 pessoas mortas, afirmou nesta quinta-feira (3) o Ministério da Saúde libanês. Desse total, 127 eram crianças, ainda de acordo com o ministério.

Mais de 6 mil pessoas também ficaram feridas em decorrência dos bombardeios.

O número ultrapassou o balanço total de mortos na guerra do Líbano em 2006, que durou pouco mais de um mês e teve um total de 1.300 mortos.

Nos últimos 12 meses, o conflito entre Israel e o Hezbollah resultou em 1,9 mil mortes no Líbano e deixou milhares de feridos.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (2), o encarregado de negócios interino do Líbano, Al-Sayyid Hadi Hashim, afirmou que o país foi empurrado contra uma crise humanitária grave, com milhares de pessoas desabrigadas.

Segundo Hashim, atualmente o Líbano tem 1 milhão de libaneses que precisaram deixar suas casas por causa do conflito. O país também abriga 2 milhões de sírios deslocados e 500 mil palestinos refugiados.

“O que está acontecendo agora, com essas mortes, pessoas desabrigadas e destruições sem precedentes, não pode ser mais tolerado ou ignorado. As crianças dos subúrbios do sul de Beirute estão dormindo nas ruas”, afirmou.

O encarregado ressaltou dois bombardeios recentes de Israel. Segundo ele:

  • Em 23 de setembro, Israel lançou um bombardeio aéreo que provocou as mortes de 569 pessoas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres. Esse dia foi o mais sangrento desde 2006, quando Israel travou uma guerra contra o Hezbollah.
  • Em29 de setembro, Israel laçou um ataque contra uma área residencial, resultando na morte de 71 pessoas, incluindo mulheres e crianças que ficaram presas nos escombros. Hashim chamou o episódio de “massacre”.

Enquanto isso, o governo de Israel diz que 50 soldados morreram em confrontos envolvendo o Hezbollah no Líbano. Oito foram assassinados nesta quarta-feira. O representante de Israel na ONU, Danny Danon, disse que o país enfrenta ataques diretos à própria existência.

“Essa é a realidade que enfrentamos todos os dias: terror nas fronteiras, mísseis sobre nossas cabeças, balas nas ruas. O Conselho precisa entender o cenário em que Israel é forçado a viver”, disse.

No início desta semana, Israel iniciou uma operação terrestre limitada contra alvos do Hezbollah no Líbano. As Forças de Defesa de Israel disseram que os ataques são precisos contra o grupo extremista.

O representante do Líbano rebateu o argumento de Israel e disse ser “mentira” que as forças israelenses tenham feito ataques precisos e “cirúrgicos”.

“Os prejuízos aos civis e à infraestrutura civil são imensos”, afirmou Hashim. “Hoje, o Líbano está preso entre a máquina de destruição de Israel e a ambição de outros na região. As pessoas do Líbano rejeitam essa fórmula fatal. O Líbano merece vida.”

 

O governo do Líbano pediu ao Conselho de Segurança da ONU o envio de ajuda humanitária urgente e apelou por um aporte financeiro de US$ 426 milhões (R$ 2,3 bilhões).

O país também pediu para que outras nações pressionem Israel para a aprovação de um cessar-fogo de 21 dias proposto por França e Estados Unidos.

“O Conselho de Segurança deve tomar as medidas para evitar uma implosão do Oriente Médio”, afirmou Hashim.

(noticias G1)

Relacionadas

Da Redação

+ There are no comments

Add yours

Deixe uma resposta