Morte de criança em Milagres do MA foi devido a falta de assistência médica e transporte

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O Imaranhao.com relatou com exclusividade a trágica morte do pequeno Gael em Milagres do Maranhão, um evento que destaca sérias preocupações sobre assistência médica e transporte na região. Após a divulgação da matéria, mais informações vieram à tona, lançando luz sobre as circunstâncias que levaram à perda dessa criança.

Inicialmente, o garoto apresentava sintomas de problemas de saúde, acredita-se que fosse intolerância à lactose, mas também havia uma condição desconhecida, possivelmente refluxo, que uma médica particular em Parnaíba suspeitou. Ela prescreveu medicamentos, mas sem resultados positivos.

A mãe do garoto trouxe-o de volta para Milagres, na esperança de que ele melhorasse o suficiente para ser levado a São Luís para consultas e exames médicos particulares.

No entanto, a saúde da criança estava se deteriorando rapidamente. Ao retornarem ao hospital de Milagres, esperavam que ele fosse transferido para São Luís com apoio médico e transporte adequado em caso de emergência. A família estava disposta a custear todas as despesas necessárias.

Na noite de 19 de setembro, quando o garoto teve um início de convulsão, eles o levaram de volta ao hospital. Embora os enfermeiros tenham prestado assistência durante outra convulsão, o médico de plantão não estava presente inicialmente e parecia minimizar a gravidade do quadro.

Apesar das condições críticas da criança, o médico se recusou a encaminhá-la para uma unidade de saúde melhor. No dia 20, outro médico também adiou a transferência para São Luís. Durante esse período, o garoto teve várias convulsões, e a equipe médica estava ciente de sua condição.

Finalmente, na tarde do dia 21, a criança foi transferida para São Luís em uma Hilux, com um enfermeiro, um motorista e acompanhantes, mas sem equipamento médico adequado, como uma máscara de oxigênio. Durante a viagem, o garoto sofreu várias convulsões, e a equipe parou várias vezes para prestar atendimento.

Ao chegarem no povoado Patos, já na saída de Milagres, o motorista teve que retornar a Milagres porque recebeu uma ligação da Secretaria de Saúde (que estava ciente de tudo o que estava acontecendo) para que ele comprasse um medicamento em uma farmácia dentro da cidade de Milagres. Após retomarem a viagem, ainda tiveram que ir até a cidade de Santa Quitéria para abastecer a Hilux. Somente depois disso, retornaram pelo mesmo caminho para que, finalmente, seguissem viagem para São Luís.

O enfermeiro relatou que só havia 3 frascos do medicamento usado para controlar a convulsão e sedar a criança. No último frasco, a mãe da criança teve que escolher entre deixar o filho convulsionar ou aplicar a última dose sem saber o que estava por vir. Ela optou por aplicar a dose restante, mas, como ainda estavam muito, muito distantes de chegar à capital, a criança teve outra crise e veio a óbito.

Infelizmente, o atraso no transporte e a falta de equipamentos médicos adequados resultaram na trágica morte da criança ao chegar ao hospital de Vargem Grande.

Três meses antes do ocorrido, ele estava sofrendo com dores abdominais, dores de cabeça e crises diárias de vômito. Ele não tinha mais vontade de comer nem de se levantar. Mesmo depois de buscarmos atendimento em Milagres e em clínicas particulares, os médicos insistiam que se tratava de intolerância à lactose, culpando a família por não cuidar adequadamente de sua dieta.

Nossa luta por um encaminhamento adequado vinha acontecendo há semanas, talvez até meses antes. Relatou um familiar.

A história do pequeno Gael é um triste lembrete das deficiências do sistema de saúde e transporte em muitas áreas rurais, destacando a necessidade urgente de melhorias e investimentos em assistência médica de qualidade e serviços de emergência em comunidades remotas.

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Da Redação

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