Morte de adolescente leva à proibição do TikTok na Albânia

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O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, anunciou neste sábado que a rede social TikTok, de propriedade do grupo chinês ByteDance, será suspensa no país por pelo menos um ano, a partir do início de 2025.

“TikTok é o valentão do bairro”, declarou Rama durante uma reunião em Tirana com professores, pais e psicólogos albaneses.

“Vamos suspendê-la por um ano e começaremos a implementar planos que promovam a educação dos estudantes e auxiliem os pais a acompanhar o desenvolvimento de seus filhos”, acrescentou.

O anúncio da suspensão da polêmica rede social ocorre menos de um mês após um estudante de 14 anos ser assassinado e outro ficar ferido em uma briga perto de uma escola em Tirana, resultado de um conflito iniciado nas redes sociais.

A imprensa local informou que o incidente começou com uma discussão entre os dois adolescentes nas plataformas digitais. Além disso, vídeos no TikTok mostraram jovens apoiando o assassinato.

“O problema hoje não são nossos filhos, o problema somos nós, nossa sociedade, o TikTok e todas as plataformas que estão transformando nossos jovens em reféns”, afirmou Rama.

A tragédia desencadeou um debate nacional entre pais, psicólogos e instituições de ensino sobre o impacto das redes sociais na juventude.

“Na China, o TikTok exibe como os alunos podem assistir a aulas, proteger a natureza e preservar tradições. Fora da China, vemos apenas conteúdos inúteis e degradantes. Por que precisamos disso?”, lamentou o primeiro-ministro.

O TikTok, que possui mais de 1 bilhão de usuários ativos no mundo, é especialmente popular entre os jovens, atraídos por seus vídeos curtos e envolventes. A plataforma supera seus concorrentes em capacidade de captar atenção.

Em 2024, usuários de Android passavam em média 34 horas por mês no aplicativo, segundo relatório da We Are Social.

No entanto, o sucesso meteórico do TikTok é acompanhado por críticas. Detratores acusam a plataforma de isolar usuários em “bolhas” de conteúdo, por meio de um algoritmo pouco transparente, além de facilitar a disseminação de desinformação e conteúdos ilegais, violentos ou obscenos, especialmente entre os mais jovens.

A rede social acumula polêmicas globalmente, desde sua proibição para adolescentes na Austrália, até acusações de espionagem nos Estados Unidos e investigações na União Europeia, que apura suspeitas de interferência estrangeira em eleições presidenciais anuladas na Romênia.

Em uma das regulações mais rigorosas do mundo contra as grandes empresas de tecnologia, a Austrália aprovou, em novembro, a proibição total de redes sociais para menores de 16 anos.

Desde 2020, o TikTok também está banido na Índia, após confrontos fatais na fronteira com a China.

( Gazeta Brasil )

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Da Redação

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