Morreu nesta terça-feira (2/9), aos 91 anos, o jornalista Mino Carta

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M0rreu nesta terça-feira (2/9), aos 91 anos, o jornalista Mino Carta. O fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, o jornalista estava internado havia duas semanas na UTI do hospital Sírio Libanês, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada.

Nascido Gênova, na Itália, Demetrio, mais conhecido como Mino, chegou ao Brasil com os pais, em 1946. A família veio para São Paulo onde ele, anos depois, chegou a ingressar no curso de direito da Universidade de São Paulo (USP), mas não se formou.

Foi no jornalismo que fez carreira, seguindo uma tradição familiar. Seu avô materno Luigi Becherucci perdeu o cargo de diretor do jornal genovês Caffaro em meio à perseguição fascista. Seu pai, Giannino, depois de preso pelo regime de Benito Mussolini, deixou a Itália após a Segunda Guerra Mundial, ao receber um convite para dirigir a Folha de S. Paulo – cargo que não pode assumir por ser estrangeiro.

Em entrevista para o Instituto Para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), Mino contou que seu interesse pelo futebol o acabou levando ao jornalismo. Seu pai foi convidado para escrever sobre os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 1950. Como ele detestava futebol, repassou a função ao filho. “Eu perguntei: ‘Quanto pagam?’ Ele respondeu: ‘Pagam x.’ Então, pensei: ‘Com esse dinheiro, dá para mandar fazer um terno azul marinho’”, disse ao IREE.

Ao longo da carreira, Mino fundou e dirigiu importantes veículos, como as revistas Quatro Rodas, Veja, IstoÉ e CartaCapital, além do tradicional Jornal da Tarde. Ao responder ao IREE sobre como foi trabalhar na revista Veja quando o veículo fazia oposição ao governo autoritário militar, Mino disse que era “ótimo”.

Ele recebeu a honraria de doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero. Em 2006, recebeu o prêmio de Jornalista Brasileiro de Maior Destaque no Ano da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE). O jornalista escreveu livros, de ficção e de não-ficção. Entre eles, o romance O Castelo de Âmbar e Histórias da Mooca, com as bençãos de San Gennaro.

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Da Redação

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