O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (15/8) para receber a denúncia contra um homem que teria proferido reiteradas críticas e ofensas a ministros da Corte e chegou a chamá-lo de “sacrificador de crianças” e “satanista”.
O acusado é Glaudiston da Silva Cabral, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por associação criminosa e incitação ao crime. A PGR cita que seus atos são parte do contexto das manifestações antidemocráticas que culminaram no 8 de Janeiro, embora conste na denúncia uma série de manifestações de Glaudiston posteriores à data.
“O Sr. Glaudiston da Silva Cabral, de maneira livre, consciente e voluntaria, pelo menos desde 7.7.2020 e até o dia 5.5.2024, por meio de mensagens eletrônicas e publicações realizadas em suas redes sociais, associou-se a centenas de outras pessoas, com o objetivo de praticar atos que se voltavam contra a legitimidade do sistema eleitoral e contra o Estado Democrático de Direito”, afirma a Procuradoria.
O episódio de julho de 2020 se deu quando o denunciado acusou em vídeo o ministro Alexandre de Moraes de uma série de fatos, como a prática de “rituais de magia negra com sacrifício de crianças”, além de ameaçar outras autoridades públicas.
Ele ainda afirma que “to de saco cheio dessa merda, desse pais de covarde, um bando de cidadão, 210 milhões de brasileiros, aceitando que 11 vagabundos [em referência aos ministro do STF] digam como a gente tem que viver”.
Já em outubro de 2023, segundo a denúncia, Glaudiston incluiu uma petição, protocolada em um processo na 1ª Vara Criminal de Dourados (MS), ofensas direcionadas aos ministros do Supremo Moraes e Luís Roberto Barroso, acusando-os de “genocidas” e “pedófilos”, além de fazer referência a Moraes como “especialista em totalitarismo”.
A manifestação foi, em seguida, encaminhada à polícia pelo magistrado responsável pelo processo, resultando na abertura de um inquérito da Polícia Federal do Mato Grosso do Sul.
Glaudiston foi ouvido nesse inquérito pela PF, em 2024. Em sua oitiva, ele “reiterou as ofensas, afirmando que os ministros do Supremo Tribunal Federal eram ‘psicopatas e genocidas’ e que os agentes da Policia Federal estavam funcionando como ‘milicianos’”. Ele também confirmou a petição assinada por ele.
A PGR também cita que o denunciado possui um histórico de “representações extravagantes” contra diversas autoridades públicas, inclusive relacionadas a teorias conspiratórias.
Em uma delas, por exemplo, fez um pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseef alegando suposta recusa em “regulamentar e determinar a intervenção do governo federal, a bem do interesse publico, no âmbito do sistema Cofeci/Creci”, além de ter acusado, em outra ocasião, um prefeito de Cuiabá de participar de ritos satânicos.
Por fim, o episódio que encerra a denúncia narra a impetração de dois habeas corpus por Glaudiston nas Varas Federal de Araguaiana (TO) e Barra do Garças (MT), em que ele volta a fazer acusações contra Moraes, chamando-o de “psicopata, genocida e humanicida”.
+ There are no comments
Add yours