Moraes diz que PF vai investigar lavagem de dinheiro e infiltração de facções no RJ

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta quarta-feira (5) que a Polícia Federal deve investigar o funcionamento dos esquemas de lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro e a infiltração de organizações criminosas no Poder Público. A medida foi anunciada durante a audiência sobre a megaoperação policial na capital fluminense.

Em abril, a Corte concluiu o julgamento da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas” e determinou que a PF se empenhasse no enfrentamento das facções criminosas que atuam no estado. No entanto, a corporação não informou detalhes do que tem sido feito até o momento para desmantelar essas organizações.

O diretor-geral, Andrei Rodrigues, respondeu à imprensa, de forma evasiva, que a PF criou um “grupo de trabalho”. Agora, Moraes anunciou que a PF deve instaurar um inquérito com foco na atuação das facções na lavagem de dinheiro e infiltração em órgãos do Estado.

Durante a audiência, Moraes afirmou que a PF “seguirá à frente da investigação macro, especialmente no rastreamento financeiro das facções, considerando que o enfraquecimento econômico das milícias e do tráfico é condição essencial para a redução da violência”, informou o STF, em nota.

A reunião entre o ministro e as entidades que atuam na área de direitos humanos não foi transmitida. Moraes reafirmou que o STF deve “acompanhar de perto” os desdobramentos da operação. Ele apontou como “problema central” a falta de autonomia e estrutura da Polícia Técnico-Científica do Rio, destacando que a subordinação à Polícia Civil compromete a independência das investigações.

“O ministro reiterou a necessidade de fortalecer o controle externo da atividade policial pelo Ministério Público, com atuação preventiva e independente”, disse a Corte, em nota.

O representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), Nicolao Dino, ressaltou que o Brasil vem sendo cobrado por organismos internacionais devido ao elevado índice de letalidade policial. O procurador defendeu o fortalecimento dos mecanismos de controle externo da atividade policial pelo Ministério Público e investigações conduzidas por perícia técnica “isenta e independente”.

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Da Redação

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