Milei se pronuncia após ser atacado a pedradas na Argentina

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O presidente da Argentina, Javier Milei, se manifestou nesta quarta-feira (27/8) depois de ter sido retirado às pressas de uma carreata em Lomas de Zamora, região metropolitana de Buenos Aires, quando pedras e garrafas foram lançadas contra o veículo em que estava.

Em publicação no X, Milei responsabilizou militantes ligados ao kirchnerismo e disse que a oposição aposta na violência por falta de propostas.

“Depois de passar por Lomas de Zamora, onde os kukas atiraram pedras por falta de ideias, voltaram a recorrer à violência. Nos dias 7/9 e 26/10, digamos nas urnas: kirchnerismo nunca mais”, escreveu.

Na postagem, o presidente publicou ainda uma foto acompanhado de sua irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, e do deputado José Luis Espert, candidato às eleições legislativas de outubro.

A carreata fazia parte de uma atividade organizada pelo partido governista La Libertad Avanza. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram Milei acenando para apoiadores da caçamba de uma picape antes do início da confusão. Espert chegou a deixar o local em uma motocicleta, sem capacete.

Segundo o jornal Clarín, militantes opositores lançaram objetos contra a comitiva e houve confronto com apoiadores. O evento foi interrompido por motivos de segurança.

Espert relatou à emissora TN que uma fotógrafa foi atingida por uma pedra. “Percorremos vários quarteirões em paz, com alegria e grande euforia, e em certo momento pedras caíram muito perto do presidente”, disse.

Após o episódio, diferentes membros do governo reforçaram ataques ao kirchnerismo. O ministro da Defesa, Luis Petri, afirmou que o ataque representa “violência e atraso” e declarou que “a velha política mostrou sua cara mais uma vez”.

O ataque à comitiva presidencial ocorre em um momento delicado para o governo Milei. A dois meses das eleições legislativas, a Casa Rosada enfrenta queda na popularidade e escândalos que atingem diretamente o círculo próximo do presidente.

Na semana passada, áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência e amigo de Milei, revelaram suspeitas de cobrança de propinas em contratos de medicamentos destinados a pessoas com deficiência. Nas gravações, Spagnuolo acusa Karina Milei de ser uma das beneficiárias do esquema e afirma que o presidente tinha conhecimento da prática.

A crise se soma a outros episódios que desgastaram o governo, como o caso da criptomoeda $Libra – promovida pessoalmente por Milei antes de causar prejuízo a milhares de compradores – e denúncias sobre a entrada de empresários no país com bagagens não fiscalizadas pela Alfândega.

A popularidade do presidente, que chegou a superar 50% no início do mandato, recuou para 41% nas últimas semanas, segundo pesquisas locais. O cenário aumenta a incerteza em torno das eleições legislativas de 26 de outubro, vistas como um referendo sobre a política de austeridade do governo, além da disputa pelo governo da província de Buenos Aires, marcada para setembro.

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Da Redação

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