Acabou a Copa do Mundo para o México. Acabou o fado de sempre cair nas oitavas de final. Acabou aquele renascimento de Ochoa a cada quatro anos. Acabou a alegria das fantasias de Chapolin, de torcedores com máscaras de lutadores de luta livre, os sombreros e os mariachis — a tequila sequer pôde
Também terminou a expectativa de a Arábia Saudita aprontar mais alguma no Catar. Terminou a invasão verde e branca saudita nos dias de jogos. Terminou o festival de Als nas escalações. Tudo isso virou farelo com 2 a 1 dos mexicanos nesta quarta-feira (30).
A sequência mexicana de sete Mundiais passando de fase não chegou em um dramalhão digno das novelas interpretadas por Thalia. Até os acréscimos da partida, El Tri tentou de todos os jeitos para marcar mais um gol, eliminar a Polônia, derrotada pela Argentina, e se classificar. Mas todo esforçou se esvaiu com o gol de Salem Al-Dawsari nos instantes finais. No Grupo C, passaram poloneses e argentinos.
A urgência de quem não ganhou os dois primeiros jogos fez do México um time com outra postura. Se nos seus primeiros 180 minutos de Copa, o time da América do Norte tinha somente 10 chutes a gol, ao fim do primeiro tempo no Al Janoub, nove foram disparados contra a meta de Al-Owais.
O primeiro deles aos 2 minutos, no que era até então a melhor jogada construída pelos mexicanos neste Mundial. Vera saiu na cara do gol, mas não conseguiu desviar do goleiro.
O time de Tata Martino continuou sem ter os gols de um Hugo Sánchez, a velocidade de um Luis Hernández ou a habilidade de um Chicharito Hernández, mas apresentou ânimo ausente contra Polônia e Argentina. Foram outras duas oportunidades criadas. A melhor delas, aos 28 minutos, Lozano cabeceou sobre o zagueiro.
A situação saudita era oposta. O espírito capaz de derrotar os argentinos estava ausente, nem mesmo a chance de se classificar levava a equipe ao ataque. Parecia que preferia que o seu futuro fosse definido pelos poloneses no outro jogo do grupo.Dois chutes a gol, um deles de falta, foi tudo o que os asiáticos produziram.
Segundo tempo
Enquanto Ochoa palestrava um discurso efusivo para seus companheiros, a Argentina abria o placar no outro jogo. Havia esperança. O México partiu para tentar fazer sua parte.
Com 2 minutos, Martín marcou após cobrança de escanteio. Não demorou para a vantagem ser ampliada. Aos 8, Chávez (não é aquele) marcou um golaço de falta. O terceiro saiu, mas foi anulado por impedimento.
Aos 19, a Argentina marcou o seu segundo. México e Polônia estavam empatados em pontos, saldo de gols e gols marcados. O número menor de cartões amarelos dava a vaga à Polônia. Faltava um gol seu ou da Argentina.
O mesmo lance que fez nascer o segundo gol. Em uma falta na mesma posição, Chávez cobrou do mesmo jeito, mas no outro canto. Desta vez o goleiro espalmou. Virou um bombardeiro. Se a Argentina não marcasse mais um no Estádio 974, El Tri tentava 974 maneiras diferentes de vencer a defesa saudita. A bola, entretanto, insistia em não entrar.
A poucos quilômetros dali, não se podia culpar os sul-americanos de não tentarem. Outro gol mexicano foi anulado por impedimento. Vieram sete minutos de acréscimos. Faltas, escanteios, chutes. Nada encontrou a rede. Acabou a Copa para o México.
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