Maranhão é líder em ranking de novos casos de hanseníase em adolescentes

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O Maranhão lidera o ranking de Estados com o maior número de novos casos de hanseníase em pessoas menores de 15 anos, em 2021. Os dados são do Boletim Epidemiológico da hanseníase divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, vinculado ao Ministério da Saúde.

Segundo o levantamento, em 2021 o Maranhão registrou 126 casos da doença em menores de 15 anos, liderando assim o ranking nacional, seguido por Pará (82) e Pernambuco (55). (Leia a íntegra do boletim aqui).

Ainda de acordo com o boletim, de 2016 a 2020 o Maranhão ocupou a 2ª colocação em novos casos registrados de hanseníase, com 1.4658 notificações da doença, ficando atrás apenas de Mato Grosso, que notificou 17.738 casos.

Já no que diz respeito ao número e taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase por 100.000 habitantes, segundo região e Unidade da Federação de residência, o Maranhão ocupa a 3ª posição no monitoramento feito de 2010 a 2021, com 1.658 notificações.

Ao Imirante.com, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, em 2021, foram notificados 1.824 casos de Hanseníase no Maranhão. Entretanto, a SES ressaltou que o número de registros vem caindo ao longo dos anos tendo, em 2019, sido confirmados 3.078 casos da doença. Já em 2020, o número de casos caiu para 1.869 ocorrências.

Ainda segundo a SES, ao longo dos anos a secretaria tem trabalhado no combate e redução da carga da doença. Para isso, mantém o apoio e capacitação aos profissionais de saúde dos 217 municípios maranhenses, a fim também de combater a discriminação do paciente acometido por hanseníase, bem como investe na ampliação da rede de rastreamento e tratamento da doença.

Sobre a doença

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase acomete principalmente nervos periféricos e pele, podendo causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e olhos. Embora curável, ainda permanece endêmica em várias regiões do mundo, sobretudo no Brasil, na Índia e na Indonésia. Os sinais e sintomas mais frequentes são: dormência, formigamento e diminuição de força nas mãos, pés ou pálpebras, e manchas brancas ou avermelhadas com diminuição ou perda da sensação de calor, de dor ou do tato. A pessoa com algum desses sintomas deve, o quanto antes, buscar atendimento na unidade de saúde mais próxima.

A transmissão acontece quando uma pessoa com hanseníase, que não faz o tratamento, elimina no ar, por meio da fala, tosse, espirro, o microrganismo, infectando outras pessoas

A hanseníase pode aparecer de diversas formas dependendo do organismo. Pode se manifestar como mancha esbranquiçada, avermelhada ou amarronzada, única ou múltiplas.

As lesões são bastante distintas entre si e podem ser confundidas com outras doenças de pele, por isso é imprescindível não se autodiagnosticar ou automedicar e sempre consultar um médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima à sua casa se tiver qualquer suspeita de estar com hanseníase.

Tratamento

A doença tem cura e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente do diagnóstico ao tratamento, nas Unidades de Saúde da Atenção Primária.

O tratamento da doença é realizado com a poliquimioterapia, uma associação de antibimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Os medicamentos são seguros e eficazes. O paciente deve tomar uma dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde. E as doses diárias são realizadas pelo próprio paciente. O tratamento dura 6 ou 12 meses, de acordo com a classificação da doença.

Teste rápido gratuito

O Brasil será o primeiro país do mundo a ofertar em nível assistencial, de forma universal e no sistema público de saúde, um teste rápido para apoiar o diagnóstico da hanseníase, que ainda é essencialmente clínico, baseado na avaliação minuciosa do paciente, especialmente de pele e nervos periféricos.

A novidade foi anunciada durante o evento com participação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “O teste rápido para o diagnóstico é uma grande conquista, porque temos um sistema de saúde de acesso universal tão abrangente como nosso, o Brasil é o primeiro país do mundo a incorporar esses exames e oferecê-los gratuitamente a nossa população. Que nós possamos fazer o diagnóstico clínico, confirmar através dos exames sorológicos e através de uma terapia adequada, fazer com que os pacientes sejam curados”, destacou o ministro. O anúncio faz parte das ações alusivas ao Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, que será no próximo domingo (30).

Em 2022, o Ministério da Saúde deve investir cerca de R$ 3,7 milhões para essas novas testagens. O GenoType LepraeDR e o NAT Hans, por serem testes de biologia molecular e requererem uma estrutura laboratorial mais avançada, deverão ser ofertados nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), inicialmente em 10 estados até o final de 2022. O objetivo é alcançar as 27 unidades federativas até o final de 2023. Já o teste rápido imunocromatógrafico será ofertado nas Unidades Básicas de Saúde.

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Da Redação

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