O senador Magno Malta (PL) chamou de “tirana” a ministra Cármen Lúcia, criticou duramente outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que o Brasil vive uma “ditadura”. As declarações foram feitas durante o ato em desagravo ao ex-president
O parlamentar centrou suas críticas ao julgamento do plenário do STF sobre o Marco Civil da Internet, que estabeleceu a responsabilização das plataformas e redes sociais por crimes cometidos por usuários em caso de não retirada de material ofensivo, mesmo sem ordem judicial.e Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, neste domingo (29/6).
Durante o julgamento, a ministra disse: “A grande dificuldade está aí: censura é proibida constitucionalmente, eticamente, moralmente, e eu diria até espiritualmente. Mas também não se pode permitir que estejamos numa ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos. E soberano aqui é o direito brasileiro”.
Malta rebateu a fala da ministra: “Carmen Lúcia, tirana é você. [São] 203 milhões de tiranos. Ontem foi a festa do regozijo. Ontem eles se fecharam e teve até choro. Foi tão emocional que o Toffoli chorou lágrimas de crocodilo”.
“Ele [Toffoli] entrou ali para cumprir uma missão demorada de anos. Ele pegou o regimento interno do STF e criou o inquérito das fake news. A gente fala em Alexandre cabeça… não vou nem falar porque uma cartela de ovo tá custando 30 reais”, disse Malta.
Malta ainda classificou o julgamento como um “ataque ao Marco Civil da internet”. “Nos já estamos vivendo em uma ditadura. Num consórcio perverso e malvado tudo porque um sistema decidiu tirar Bolsonaro do jogo”.
Ato pró-Bolsonaro
- O ato na Avenida Paulista foi convocado em meio ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista após o resultado das eleições de 2022.
- O slogan do encontro deste domingo é “Justiça Já”, em desagravo ao ex-presidente que enfrenta o processo criminal no Supremo.
- Bolsonaristas que começaram a se aglomerar pela manhã, antes do ato, marcado para 14h, levaram bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos (EUA), dispostas, lado a lado, além de cartazes destinados ao presidente norte-americano Donald Trump.
- Na lista de aliados presentes no ato organizado pelo pastor Silas Malafaia, estão o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e aliados no Congresso Nacional, como o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL), a deputada Bia Kicis (PL) e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Caroline de Toni (PL).
- Esta é a 6ª vez que Bolsonaro convoca apoiadores para a ruas desde que deixou a Presidência da República.
Mobilização popular
- Os números do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da USP, mostram que, ao longo do tempo, as manifestações bolsonaristas perderam a capacidade de adesão.
- Em 25 de fevereiro do ano passado, o ex-presidente levou 185 mil pessoas à Avenida Paulista. Em 6 de abril deste ano, 44,9 mil pessoas foram à última manifestação, em São Paulo – uma redução de 75%.
- No período entre os dois atos, ainda houve outros três protestos de aliados de Bolsonaro. Em 21 de abril, o monitor da USP mediu 32,7 mil pessoas em um ato em Copacabana. Já no Dia da Independência do ano passado, 7 de setembro, 45,4 mil pessoas estiveram na Paulista.
- No dia 16 de março deste ano, 18,3 mil pessoas se manifestaram em apoio a Bolsonaro no Rio de Janeiro.
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