“Eu sou a pequena Emanuelly como a maioria de vocês sabem,mas não estou mais com meus pais, irmãos ,familiares e amigos” com essa frase emblemática iniciamos uma triste história.
Uma mãe afirma em um depoimento nas redes sociais que sua filha, a pequena Emanuelly de apenas 04 meses de idade que deu entrada no dia 28 de abril do corrente ano, no Hospital Regional de Barreirinhas morreu por falta de cuidado e atendimento adequado na unidade, assim como no Hospital da Criança, em São Luís.
Segundo a mãe, Emanuelly deu entrada devido uma forte tosse seca, após ser feita a ficha e uma longa espera, uma enfermeira disse que a pediatra da unidade só atendia a criança se a mesma estivesse com febre, pois só havia uma pediatra no local e como a bebê nao estava com febre, nao seria possivel o atendimento. Porém algum tempo depois uma médica pediatra apareceu, atendeu a criança e lhe recomendou um Raio X, exames e inalação. Após os exames foi dito à mãe de Emanuelly que não tinha sido diagnosticado nada, porém passou remédios para inalação e a mandaram para casa.
Após quinze dias, a pequena Emanuelly deu entrada novamente na unidade, pois estava com algumas noites sem dormir direito, devido a um cansaço e gripe, ao chegar no hospital foi feito a ficha e a mãe começou esperar, após horas de espera, Emanuelly começou chorar e desfalecer, fechando os olhos. Desesperada a mãe, adentrou para o hospital mesmo sendo barrada pelo porteiro que logo percebeu sua agonia e indicou para levar na enfermeira que aos pranto pedia que alguém fizesse algo, ao chegar na profissional, a bebê foi logo levada para a sala de estabilização, juntou pediatra, enfermeiros e após estabilizar e realizar exames, Emanuelly ficou internada, porém a mãe foi informada que ela precisaria de uma UTI neonatal e o pedido foi logo feito a São Luís, porém horas se passavam e nada do pedido ser atendido.
Uma vaga foi disponibilizada no Hospital da Criança em São Luís, somente no sábado à tarde, um dia depois da internação improvisada no HRB e após Emanuelly piorar seu quadro, uma vez que o leito neonatal foi solicitado sexta-feira de manhã.
Segundo a mãe, ao chegar no Hospital da Criança nao tinha leito, Emanuelly foi colocada na sala de síndrome gripal, em um berço improvisado, durante a tarde do domingo com a piora da bebê resolveram improvisar uma uti neonatal e após entubaram Emanuelly, descobriram que o aparelho não estava funcionando, ao fazerem a troca, Emanuelly deu uma parada cardíaca e acabou falecendo ainda no domingo, Dia das Mães.
“O que eu quero dizer a vocês é que eu presenciei o maior descaso na saúde pública e principalmente em nossa cidade não tinha remédios e não sei se agora tem mais na sexta-feira que Emanuelly foi internada os dois pediatras mandaram comprar remédios na farmácia em Barreirinhas e até uma bombinha ele comprou para outra criança que estava precisando.”, desabafou a mãe.
A mãe da criança afirma que o hospital está sem remédios, que os problemas vão além da falta de atendimento e classifica como descaso essa situação.
“O pediatra me disse uma coisa certa, mãe você tá vendo como está aqui, sem remédios, só dois pediatras para todas essas crianças e ainda tem pais que brigam e reclamam de nós. Vocês tem que brigar e reivindicar os direitos de vocês é com os governantes, tanto prefeito, quanto governador e correr atrás de uma maternidade aqui pra Barreirinhas. Não brigar aqui, que não podemos fazer nada além do nosso alcance.”, confessa a mãe.
“Estamos com salários atrasados e ainda comprando remédios para os filhos de vocês.”, disse uma médica à mãe de Emanuelly.
“Triste realidade eu presenciei, foi no meu pior momento e perdi minha bebê, foram sonhos interrompidos e uma família destruída.” relata a mãe.
A mãe de Emanuelly relata ainda, que sua dor é imensa e pede que todos lutem por seus direitos, que é uma saúde de qualidade, fala que além de Emanuelly, várias outras crianças se encontravam em na UTI improvisada, no Hospital da Criança.
Nós entramos em contato com a Secretária de Estado da Saúde para comentar o caso, porém nao fomos respondidos.
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