O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs nesta quinta–feira, durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que seja aprovada uma minuta de declaração dos membros do bloco sobre a disputa entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo, rica em petróleo. O encontro dos líderes do bloco coincide com uma escalada da tensão entre Venezuela e Guiana pela região, que levou o Exército brasileiro a reforçar a sua presença militar na fronteira com os dois países vizinhos.
— Uma coisa que não queremos na América do Sul é guerra — disse Lula sobre a disputa. — Estamos acompanhando com crescente preocupação o desdobramento relacionado à questão do Essequibo. O Mercosul não pode ficar alheio à situação. Por isso queria submeter à consideração de vocês a minuta de declaração dos Estados Parte do Mercosul sobre essa controvérsia acordada pelos nossos chanceleres.
O presidente convocou uma reunião para o fim de tarde da quarta-feira com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, para debater a conjuntura geopolítica e as ameaças da Venezuela contra a Guiana.
Segundo Lula, a declaração adotada no último dia 22 de novembro, na reunião de diálogo entre os ministros da Defesa e das Relações Exteriores da América do Sul em Brasília, “reafirma a região como uma zona de paz e cooperação”.
— O que nós precisamos construir é a paz. Só com a paz podemos desenvolver os nossos países. Não queremos que esse tema contamine a retomada do processo de integração regional ou constitua ameaça à paz e à estabilidade.
Lula pediu para que a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) fizesse a mediação entre Venezuela e a Guiana, mas colocou o Brasil à disposição para sediar as reuniões entre os países. O presidente brasileiro pediu ainda que tanto o organismo internacional quanto a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) busquem um “encaminhamento pacífico da questão”.
— Caso considerado útil, o Brasil e o Itamaraty estarão à disposição para sediar qualquer e quantas reuniões forem necessárias — disse Lula.(O GLOBO).
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