Antes mesmo da escalada da guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende o uso de moedas locais no comércio entre países ou a criação de uma nova opção para, assim, diminuir a dependência global do dólar. Na prática, porém, o Brasil segue usando a moeda dos EUA na grande maioria de suas trocas comerciais, mesmo no governo Lula.
Mesmo após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar em 9 de julho a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, Lula continuou defendendo que os Brics devem buscar alternativas ao dólar, seja por meio de uma nova moeda ou a preferência às moedas dos países envolvidos nas transações comerciais.
Em 10 de julho, um dia após do anúncio do “tarifaço”, o petista afirmou que o bloco cansou de ser “subordinado ao Norte” e confirmou que o Brics cogita desenvolver uma moeda própria para “fazer comércio sem precisar usar o dólar”.
“Queremos ter independência nas nossas políticas, queremos fazer comércio mais livre e as coisas estão acontecendo de forma maravilhosa”, disse Lula em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Apesar do interesse do presidente, a maior parte das exportações e importações brasileiras ainda é feita em dólar. Só em 2024, US$ 323,2 bilhões foram comercializados em exportações, enquanto US$ 211 bilhões foram usados nas importações.
As informações fazem parte do levantamento sobre exportação e importação por moeda declarada, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)..
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