Lava Jato perde força: réus obtêm vitórias na Justiça enquanto procuradores enfrentam críticas e condenações

Estimated read time 2 min read

Mais de uma década após sua deflagração, a Operação Lava Jato vê seus efeitos penais sobre grandes nomes da política brasileira cada vez mais reduzidos. Em 2025, é raro encontrar ex-investigados que ainda enfrentem consequências jurídicas significativas. Ao mesmo tempo, os procuradores que lideraram a força-tarefa em Curitiba passam a enfrentar críticas e condenações civis.

Procedimentos adotados pela operação foram escrutinados pelo Judiciário, e a delação do empresário Marcelo Odebrecht — base para mais de 270 inquéritos — foi invalidada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como resultado, processos contra figuras como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine foram arquivados.

O caso mais emblemático é o do presidente Lula (PT). Condenado em duas ações por corrupção e lavagem de dinheiro, ele passou um ano e meio preso em Curitiba. Em 2019, foi solto após o STF proibir a prisão de condenados em segunda instância. A consolidação da vitória ocorreu em 2021, quando o Supremo anulou as condenações do ex-presidente, tornando-o elegível e influenciando decisivamente as eleições do ano seguinte. A última ação contra Lula, referente ao sítio de Atibaia, foi arquivada em julho de 2025. No mesmo mês, o STJ, confirmado pelo STF, condenou o ex-procurador Deltan Dallagnol a pagar R$ 146,8 mil a Lula por danos morais, por abuso na apresentação de PowerPoint que vinculava o petista à corrupção na Petrobras.

Enquanto isso, muitos políticos investigados, como Renan Calheiros (MDB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG) e Arthur Lira (PP-AL), tiveram denúncias rejeitadas pelo STF antes mesmo de serem julgados. Outros, como Eduardo Cunha e Sérgio Cabral, cumpriram pena, mas hoje estão em liberdade respondendo apenas a processos remanescentes. Entre os poucos cujas penas foram confirmadas está Fernando Collor, preso em abril de 2025, mas atualmente em prisão domiciliar por problemas de saúde.

Diversos processos contra Antonio Palocci, João Vaccari Neto e o doleiro Alberto Youssef foram anulados, evidenciando que a Lava Jato, que chegou a abalar o cenário político brasileiro, hoje enfrenta restrições jurídicas e críticas sobre seus métodos.

Relacionadas

Da Redação

+ There are no comments

Add yours

Deixe uma resposta