Lando Norris se tornou neste domingo (7) o 11º britânico campeão de F1. O piloto de 26 anos da McLaren fez uma prova cautelosa no GP de Abu Dhabi, que fechou a temporada 2025, e protegeu a vantagem que tinha na liderança do Mundial. Bastou-lhe a terceira colocação nos Emirados Árabes Unidos para assegurar o título.
O resultado no circuito de Yas Marina o deixou com 423 pontos, contra 421 do holandês Max Verstappen, da Red Bull, e 410 do australiano Oscar Piastri, seu companheiro de McLaren. Ciente de que subir ao pódio seria suficiente para o grande objetivo, trabalhou com previdência e teve ajuda de Piastri.
Foi com alívio que o agora campeão deixou seu carro. Aberto sobre os desafios que já enfrentou para manter a saúde mental, viveu uma temporada de altos e baixos antes de alcançar o que tratou diversas vezes como sonho. Como mencionou em várias ocasiões, tinha dificuldades para lidar com os próprios erros.
“Eu ponho pressão demais em mim, porque quero ir bem. Quero ir tão bem, quero ser pole, quero vencer, ser perfeito”, disse, em abril, durante a primeira parte da campanha que lhe renderia o título. “Acho que preciso aceitar um pouco mais que não vou ser perfeito. Estou cometendo erros porque estou tentando ser perfeito.”
Os erros não foram interrompidos. Enquanto lutava com o companheiro Piastri pela primeira colocação do campeonato, Norris chegou a abrir 88 pontos de vantagem sobre Verstappen. O holandês, que buscava o quinto título consecutivo, teve arrancada impressionante após um início ruim da Red Bull e terminou o ano apenas dois pontos atrás do campeão.
No momento decisivo, o britânico evitou a repetição de falhas e manteve a calma. Controlou o ritmo e viveu apenas um instante de apreensão. Quando ultrapassou Yuki Tsunoda, da Red Bull, que estava à frente por ter um “pit stop”, teve de tirar seu carro da pista. Ficou claro para a direção da prova, porém, que foi o japonês, em movimento irregular de zigue-zague, quem forçou o desvio.
“Não fazia ideia de que estava sendo investigado por essa ultrapassagem. Mas estava tranquilo, aproveitando o momento, sabia o que tinha feito”, afirmou, ainda na pista, enquanto secava as lágrimas. “Não chorava havia um bom tempo. Disse que não choraria… Mas estou orgulhoso e feliz por todos que fiz chorar hoje.”
Lando Norris se juntou à lista dos britânicos campeões da F1, que já contava com Mike Hawthorn, Graham Hill, Jim Clark, John Surtees, Jackie Stewart, James Hunt, Nigel Mansell, Damon Hill, Lewis Hamilton e Jenson Button. E contribuiu para que a McLaren, tradicional equipe inglesa que hoje é propriedade de fundos do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos, também triunfasse.
Campeã do Mundial de construtores pela décima vez, a escuderia ficou atrás apenas da italiana Ferrari, que soma 16 títulos. O triunfo foi assegurado com facilidade, com seis rodadas de antecedência, porém os erros na parte final da temporada deixaram sob risco o resultado do Mundial de pilotos.
Na penúltima prova, em Las Vegas, Norris e Piastri foram desclassificados por um desgaste irregular na prancha do assoalho de seus carros. Abriu-se a porta para Verstappen, finalmente fechada em Abu Dhabi. Finalizada a corrida, Piastri e Verstappen foram ao campeão do boa-praça campeão parabenizá-lo.

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