A denúncia, apresentada pelo Gaeco do Ministério Público paulista, apontava que Marcola e os demais acusados integravam a estrutura do PCC entre 2009 e 2013, com o objetivo de organizar crimes dentro e fora dos presídios. Ao todo, 175 pessoas chegaram a ser denunciadas; 15 ficaram fora ainda em 2013, por decisão judicial mantida nas instâncias superiores. Restaram 160 réus – entre eles o principal líder da facção. A própria investigação foi tratada à época como o maior raio-X já feito da organização criminosa, resultado de três anos e meio de escutas, relatórios e documentos. 
Na prática, porém, todo esse esforço esbarrou na lentidão da máquina judiciária. Pela lei, o prazo máximo para responsabilizar criminalmente os acusados era de 12 anos, contados a partir do fim do período em que o MP diz ter havido o crime – 9 de setembro de 2013. A aceitação parcial da denúncia, ainda naquele mês, reiniciou a contagem, mas o relógio continuou correndo. Segundo a sentença, o prazo se esgotou em setembro de 2025. Quando a decisão saiu, em dezembro, já não havia mais espaço legal para condenar ninguém. 
Marcola, que cumpre centenas de anos de pena como chefe da maior facção criminosa do país, continua preso em regime de segurança máxima. Em vídeos e depoimentos recentes, ele próprio já admitiu ser o “chefe do negócio”, depois de uma trajetória que transformou o PCC em uma espécie de multinacional do crime, com faturamento bilionário no tráfico de drogas e influência em diversos estados brasileiros.

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