A justiça da Alemanha adiou a primeira sessão de julgamento de Christian Bruckner, principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, depois que uma das juradas se posicionou com discurso de ódio nas redes sociais contra o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL).
O julgamento seria iniciado pela juíza Uta Engemann, quando o advogado de defesa do suspeito, Friedrich Fülscher fez o pedido para considerar a jurada Britta T. D. parcial.
Ele utilizou como argumento uma publicação da mulher em 2019 no X – antigo Twitter -, com insultos e discurso de ódio contra Bolsonaro. “Matem esse cretino” e “esse cretino deve ser destruído”, foram algumas das frases utilizadas pela jurada.
A defesa do suspeito alegou que a mulher não tinha condições para servir como jurada, uma vez que as suas opiniões não são compatíveis com a Lei Fundamental da Alemanha.
Após 30 minutos de deliberação, o tribunal concordou que não podem ser toleradas “declarações fora do sistema legal” ou “pedidos de homicídio” e decidiu que a sessão seria adiada. A jurada será retirada do caso e terá de ser substituída, segundo o jornal alemão Bild.
“Não toleramos declarações fora do ordenamento jurídico, pedidos de homicídio e homicídio culposo, tal pessoa não pode ser juíza honorária”, disse o promotor público Ute Lindemanna ao jornal alemão.
“Tenho que garantir um julgamento justo. Você não pode ter isso com um jurado assim”, declarou o advogado de defesa Friedrich Fülscher.
A sessão será retomada na próxima sexta-feira, dia 23 de fevereiro. “Ainda tenho muitos trunfos na manga”, afirmou Friedrich Fulscher ao Daily Mail na saída do tribunal após ter conseguido o adiamento da primeira sessão.
Estão previstos um total de 29 dias de julgamento em Braunschweig, com mais de 40 testemunhas convocadas. Sem contabilizar os atrasos e adiamentos, a previsão é que o veredito seja pronunciado em 27 de junho.
Entenda
Maddie desapareceu em 2007, pouco antes de completar 4 anos de idade, na Praia da Luz, turística localidade do Algarve, extremo-sul de Portugal.
Christian B. não foi formalmente acusado do desaparecimento da menina, mas foi a investigação do caso que o levou ao julgamento por crimes sexuais, disse Christian Wolters, porta-voz da promotoria de Brunswick.
O acusado cumpre atualmente uma pena de 7 anos de prisão na Alemanha por estuprar, em 2005, uma americana, então com 72 anos, na Praia da Luz, a mesma localidade onde a família de Madeleine McCann passava férias.
Em um dos casos que seriam julgados a partir de hoje, ele é suspeito de abusar sexualmente de uma alemã de 10 anos em uma praia, em abril de 2007, meses antes do desaparecimento de Maddie.
Outra acusação contra ele é por exibicionismo a uma menina portuguesa de 11 anos em um parque infantil.
( imirante )
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