A imprensa dá crédito a diversas pessoas pelo aceno de Donald Trump a Lula, que abriu caminho para uma conversa entre ambos sobre as sanções americanas ao Brasil. Do lado da iniciativa privada, tem-se Joesley Batista, principalmente.
De acordo com a Folha, o dono da JBS foi recebido em audiência por Donald Trump na Casa Branca, semanas antes do gesto simpático do presidente americano na ONU.
A deferência ao empresário brasileiro foi porque a JBS tem enormes investimentos nos Estados Unidos e, não menos importante, contribuiu com US$ 5 milhões para a cerimônia de posse do presidente americano, por meio da produtora de frangos Pilgrim’s Pride, que pertence ao grupo.
Foi a maior doação individual de uma empresa para o evento. Não se pode negar que a JBS tem profundo conhecimento sobre a arte da política.
Joesley Batista discutiu com Donald Trump o tarifaço de 50% que continua a ser imposto sobre a carne brasileira e também a importação de celulose pelos Estados Unidos, outra área de interesse do empresário. Depois da audiência com Joesley Batista, o presidente americano retirou a tarifa de 10% sobre a celulose brasileira.
Não ficou só nisso. “Ainda durante o encontro (com Trump), Joesley argumentou que as diferenças comerciais entre Brasil e EUA poderiam ser resolvidas por meio do diálogo entre os dois governos —numa mensagem de incentivo a uma aproximação”, diz o jornal.
Do lado estatal, tem-se o governo puxando a brasa para a sua sardinha. O Estadão publica hoje uma reportagem que relata reuniões secretas dos intrépidos Gerald Alckmin e Mauro Vieira com integrantes do governo americano, que resultaram no encontro de menos de um minuto de Lula com Donald Trump, na antessala da Assembleia-Geral.
“O encontro, portanto, não foi ‘sem querer’, como fizeram crer os dois governos, que agiram nos bastidores muito antes da Assembleia-Geral da ONU para pavimentar o caminho da conversa entre os dois. Até o último minuto pairou a incerteza se aconteceria, mas a interação estava o tempo todo no horizonte das autoridades”, afirma a reportagem.
Então, nada do que ocorreu teria sido obra da fortuidade, embora ela, a fortuidade, possa ter lugar também nas relações internacionais, como escrevi aqui.
A minha impressão é que a conversa de Joesley Batista com Donald Trump foi o lance que mais contou para o aceno do presidente americano a Lula, sem demérito para os demais empresários que correram a Washington para fazer o que o Itamaraty não conseguiu fazer.
Se Donald Trump e Lula se entenderem, sugiro que deixemos de lado os intermediários e lancemos o dono da JBS para presidente do Brasil. Joesley Batista é a paz nestes tempos em que, mais do que nunca, o que fala mais alto é a grana.
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