País asiático sai de 6% em 2000 para ultrapassar o Brasil em duas décadas
O estereótipo da Índia como um país assolado por graves deficiências sanitárias já não se sustenta diante dos dados mais recentes. Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), compilado em 2022 e divulgado no ano seguinte, 52% dos indianos vivem em residências com esgoto tratado adequadamente, superando os 50% registrados no Brasil.
A virada histórica mostra o ritmo desigual de progresso entre os dois países. Em 2000, apenas 6% da população indiana tinha acesso ao saneamento básico, enquanto o Brasil ostentava um índice de 36%. Dez anos depois, a Índia chegou a 26%, e o Brasil avançou para 40%. O empate ocorreu em 2021, com a ultrapassagem se concretizando no ano seguinte.
O salto indiano é resultado direto de políticas públicas agressivas. Entre 2014 e 2019, o governo da Índia construiu mais de 110 milhões de banheiros, beneficiando mais de 600 milhões de pessoas, quase metade da população. O uso de tanques sépticos, comum em cerca de 40% das casas, também é considerado manejo adequado de esgoto pela OMS.
Dados oficiais da Índia apontam que 83% das residências têm banheiro, embora apenas 9,3% estejam conectadas a redes públicas de esgoto. Ainda assim, a estratégia de ampliação da infraestrutura, mesmo que descentralizada, contribuiu para o avanço no índice global de saneamento.
Enquanto isso, o Brasil segue em ritmo mais lento. O Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujos dados foram divulgados em 2024, mostra que 62,5% da população brasileira vive em casas ligadas à rede de esgoto. No entanto, a diferença metodológica em relação aos critérios da OMS torna as comparações mais complexas.
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