Campeã olímpica nos Jogos de Paris 2024, a boxeadora Imane Khelif apelou à Corte Arbitral do Esporte (CAS) contra decisão da World Boxing que exige da atleta um teste genético para comprovação de gênero. A nova regra da entidade impede a argelina de participar do próximo Mundial da categoria, a ser disputado entre os dias 4 e 14 deste mês.
A primeira tentativa de Khelif na CAS não foi bem-sucedida. A corte indeferiu um pedido para suspender a decisão da World Boxing até que o caso fosse julgado. Contudo, o recurso iniciado no mês passado ainda está em julgamento no tribunal.
Khelif conquistou a medalha de ouro na Olimpíadas de Paris 2024, em meio a um escrutínio internacional sobre ela e Lin Yu-ting, de Taiwan, outra medalhista de ouro. O órgão regulador anterior do boxe olímpico, a Associação Internacional de Boxe (IBA), dominada pela Rússia, desclassificou ambas as lutadoras do Mundial de 2023, alegando que elas não passaram em testes de elegibilidade não especificados. Khelif reafirma que nasceu mulher.
Mas a IBA foi banida. E por isso o Comitê Olímpico Internacional (COI) organizou os dois últimos torneios olímpicos de boxe em seu lugar e aplicou as regras de elegibilidade de sexo usadas nas Olimpíadas anteriores. De acordo com esses padrões, Khelif e Lin eram elegíveis para competir.
Desde então, a World Boxing foi provisoriamente aprovada como organizadora do boxe nos Jogos de Los Angeles 2028 e tem enfrentado pressão de boxeadores e suas federações para criar padrões de elegibilidade de sexo.
Em maio, o órgão regulador anunciou testes de sexo obrigatórios para todos os atletas e mencionou especificamente Khelif ao anunciar a política.
Khelif planeja defender sua medalha de ouro no peso meio-médio nos Jogos de Los Angeles. A nova presidente do COI, Kirsty Coventry, criou uma força-tarefa para analisar as questões de elegibilidade de gênero.
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